No Dia da Criança dê ao seu filho aquilo que ele mais precisa: tempo para brincar
A investigação relata que, ao fim de pouco tempo, registam-se melhorias em termos de humor, da redução das birras e das chamadas de atenção e um aumento na auto-estima e na satisfação dos mais novos.
Está comprovado que as crianças tendem a ser mais criativas e a apresentarem menos problemas de comportamento quando os pais brincaram com elas desde pequenas. E desengane-se se acredita que é preciso passar horas a brincar, 15 a 20 minutos diários são suficientes para promover a proximidade com a criança e podem fazer toda a diferença no seu desenvolvimento.
É comum encontrar adultos que acham que brincar não tem interesse e que basta deixar a criança no seu canto, sozinha, a mexer nos bonecos que está tudo bem. Tal crença de que brincar é desnecessário, está ainda muito presente em algumas famílias e essa convicção reflecte-se nas atitudes dos pais face às brincadeiras e na consequente proximidade com os filhos.
E por que é tão importante brincar com a criança?
Tendencialmente, os pais querem ensinar competências diversificadas aos filhos, como saber contar até 100, dança, desportos, etc., mas deixam pouco ou nenhum espaço para se dedicarem à brincadeira em conjunto. Isto acontece porque a nossa sociedade dá uma enorme ênfase ao sucesso académico e social e brincar é visto como uma perda de tempo.
O certo é que brincar é uma forma poderosa para estreitar laços entre pais e filhos e para ajudar as crianças a desenvolverem capacidades de resolução de problemas, a experimentarem novas ideias e a explorarem a imaginação. Como acontece em qualquer relação, este momento de reciprocidade serve para construir intimidade e confiança. Além disso, o facto de os pais brincarem com as crianças fomenta sentimentos positivos em relação a si e contribui para motivar as crianças para a aprendizagem. A investigação relata que, ao fim de pouco tempo, registam-se melhorias em termos de humor, da redução das birras e das chamadas de atenção e um aumento na auto-estima e na satisfação dos mais novos. Uma nota importante para os pais é que devem seguir as pistas dadas pelas crianças, não tentando impor a sua vontade.
É importante lembrar que as crianças aprendem através do jogo. É durante a brincadeira que põem as suas ideias em prática, correm riscos, experimentam diferentes papéis, partilham sentimentos e pensamentos. Brincar com adultos também estimula nas crianças a aquisição de vocabulário e a comunicação de pensamentos, de sentimentos e de necessidades. Por outro lado, ajuda-as a interagir socialmente, ensinando-as a esperar pela sua vez, a partilharem e a serem sensíveis aos sentimentos dos outros.
Porém há palavras que devem ser bem entendidas: tempo para estar com os seus filhos não deve ser confundido com estar ali por perto (na cozinha ou no quarto), enquanto a criança está no tapete a brincar sozinha. Quero mesmo dizer tempo para a criança, com ela e a brincar. Neste caso, a grande diferença é que, além de estarem afectivamente envolvidos com a criança, os pais também estão no tapete!
Quer saber como pode brincar com o seu filho?
Deixe-se guiar e siga as pistas da criança enquanto brincam
Alguns pais tentam organizar as brincadeiras de tal modo que acabam por dar aulas sobre o que e como fazer – o castelo perfeito ou como brincar às casinhas correctamente. Isto transforma a experiência num conjunto de ordens e de correcções que a tornam pouco gratificante, quer para as crianças quer para os pais. Ao invés disso, limite-se a imitar as acções da criança e faça o que ela lhe disser para fazer. Isto estimula a habilidade de brincar e de pensar de forma independente.
Respeite o ritmo da criança
Verifique se a brincadeira se ajusta ao ritmo do seu filho e não o tente apressar propondo uma ideia nova. Permita-lhe usar a imaginação! Tenha cuidado com as brincadeiras demasiado avançadas para o estádio de desenvolvimento da criança, isto pode deixá-la frustrada se não estiver preparada para aprender.
Elogie e encoraje as ideias e a criatividade do seu filho
A grande dificuldade dos pais é não cair na armadilha de tentar impor a sua ideia ou corrigir os seus filhos quando eles estão a brincar. É comum ouvirmos: “Não é assim que se faz!”, ou “Se pintares o céu de azul fica mais bonito”. Com estas imposições os pais acabam por desencorajar as crianças de explorarem as suas ideias ou de exprimirem o que desejam.