Ambiente
Annika retratou jovens estónios “de coração partido com o futuro do planeta”
Existe, nos arredores de Talin, na Estónia, uma área verde fortemente marcada pela presença de estufas ao abandono que serve de pano de fundo ao projecto Greenhouse Effect, da fotojornalista estónia Annika Haas, cujas imagens se encontram, presentemente e até dia 30 de Maio, em exposição no Festival Internacional de Fotografia de Avintes (iNstantes). Em primeiro plano, nas fotografias, estão jovens estónios "de coração partido com o futuro do planeta" que tentam "sinalizar para a geração mais velha que um mundo focado numa cultura de crescimento económico e consumo desenfreado é insustentável", pode ler-se na sinopse do projecto.
A crise climática, cuja mediatização ganhou novo fôlego nos últimos anos graças ao activismo de Greta Thunberg e de líderes de organizações ambientalistas de todo o mundo, é um tema do interesse dos jovens estónios, refere a autora. Aliás, também da maioria dos jovens da União Europeia, de acordo com um estudo levado a cabo, em 2019, pela organização não-governamental Promise, citado por Haas, que concluiu que 83% dos jovens europeus se interessam por questões ambientais e acções directas. "O estudo mostra que a geração mais nova na Estónia é bastante passiva em comparação com outros países, especialmente quanto à participação em manifestações, boicotes e greves", pode ler-se no comunicado. "Os jovens estonianos expressam a sua opinião e apoio de outras maneiras, fazendo doações, assinando petições, expressando opiniões por meio da arte e da música e publicando blogues políticos e posts nas redes sociais." Aqueles que foram retratados para o projecto de Annika Haas preocupam-se com "aquecimento global, o efeito de estufa e a catástrofe ecológica iminente" e "têm posições muito claras no que toca a sociedade de consumo e os modelos de conservação da natureza".
Annika Haas é uma das mais de 50 mulheres que integram, nesta oitava edição do Festival Internacional de Fotografia de Avintes, o cartaz de exposições. A curadora do festival, Alice WR, cumpre, assim, o desejo de afirmar e validar a existência da fotografia realizada por mulheres em todo o mundo. "Os seus trabalhos não são compatíveis com a ausência, a invisibilidade ou o silêncio", declara, no site do festival.