Oito mortos em novo tiroteio nos EUA, o sétimo em menos de um mês
Atirador matou oito pessoas e feriu pelo menos sete num armazém da empresa FedEx em Indianápolis. Polícia diz que o suspeito cometeu suicídio.
Pelo menos oito pessoas foram mortas por um atirador num armazém da empresa FedEx em Indianápolis, a cidade mais populosa do estado norte-americano do Indiana. De acordo com a polícia, o atirador suicidou-se depois de os agentes terem chegado ao local.
A polícia foi chamada por volta das 23h de quinta-feira (hora local, 4h desta sexta-feira em Portugal continental), numa altura em que o atirador ainda estava no armazém “a disparar em todas as direcções”, de acordo com testemunhas.
“É desolador”, disse Genea Cook, porta-voz da polícia de Indianápolis, numa primeira conferência de imprensa sobre o tiroteio, às 3h (8h em Portugal continental). “Os agentes fizeram o trabalho que lhes competia, e muitos deles estão abalados porque viram um cenário que ninguém devia ser obrigado a ver.”
O armazém da FedEx está situado nas imediações do aeroporto internacional de Indianápolis, no extremo sudoeste da cidade. A polícia está a investigar e ainda não foi anunciado se o atirador tinha alguma ligação à empresa, nem se existe um motivo específico para o tiroteio.
Numa entrevista ao programa Today Show, do canal NBC, um funcionário da FedEx, Levi Miller, disse que estava no parque de estacionamento do armazém quando viu um homem encapuzado a disparar em todas as direcções com uma espingarda do tipo AR-15.
“Os meus colegas viram um outro homem a ir buscar uma arma ao carro para tentar dominar o atirador. Esse homem acabou por ser morto”, disse Levi Miller.
Numa informação que ainda não foi confirmada pelas autoridades, Miller disse que ouviu dos seus colegas a informação de que o atirador era um “conhecido funcionário” da empresa e que teria como alvo principal o director do armazém, que não se encontrava no local.
Quase 150 mortos este ano
É o 7.º tiroteio com três ou mais mortes nos EUA, excluindo o atirador, em menos de um mês.
No dia 16 de Março, um atirador matou oito pessoas, incluindo seis mulheres de origem asiática, em três salões de massagens no estado da Georgia; seis dias depois, a 22 de Março, um atirador matou dez pessoas num supermercado no estado do Colorado; no dia 31 de Março, um atirador matou quatro pessoas, entre as quais uma criança, num edifício de escritórios na Califórnia; e no dia 7 de Abril, um antigo jogador de futebol americano matou seis pessoas, incluindo duas crianças, na Carolina do Sul.
A polícia federal norte-americana (FBI) não tem uma definição para tiroteio em massa (mass shooting no original), mas regista como um assassínio em massa (mass killing) um caso em que três ou mais pessoas são mortas numa mesma área geográfica e num período de tempo sem interrupções significativas, para distinguir os atiradores dos assassinos em série (serial killers).
De acordo com a definição do FBI, desde o dia 1 de Janeiro houve 11 assassínios em massa nos EUA, com um total de 71 mortos.
Numa definição mais alargada, usada pelas organizações que fazem campanha pela aprovação de leis mais restritivas no acesso às armas nos EUA, um tiroteio em massa acontece quando quatro ou mais pessoas são atingidas, excluindo o autor, independentemente de serem mortas ou de sobreviverem.
De acordo com a definição do grupo Gun Violence Archive, houve 147 tiroteios nos EUA desde o início do ano, com 148 mortos e 481 feridos.