Londres regista zero mortes de covid, Inglaterra recomeça a sair de casa
Primeiro-ministro aconselha cautela agora que termina a obrigação de ficar em casa em Inglaterra, mas mantêm-se muitas restrições, com o comércio não essencial ainda fechado.
A ordem de ficar em casa chegou ao fim esta segunda-feira em Inglaterra, passando a ser permitido que se encontrem até seis pessoas em espaços exteriores e autorizado desporto ao ar livre. Ainda assim o primeiro-ministro, Boris Johnson, aconselhou cautela e as autoridades pediram para que as pessoas não convivam em espaços interiores, onde é maior o risco de transmissão.
Enquanto isso, Londres não registou, pela primeira vez em seis meses, nenhuma morte de covid-19. A capital foi o epicentro da pandemia na primeira vaga e a cidade concentrava 12% das mortes em todo o Reino Unido, segundo a BBC. Os números de 28 de Março não têm nenhum registo de óbito, quando em Abril havia cerca de 230 mortes por dia de pessoas com covid-19 em Londres.
Jim Down, do University College Hospital, disse que tem neste momento sete doentes com covid-19 nos cuidados intensivos, e que estes têm prognósticos positivos. “É uma sensação óptima”, disse à BBC. “Mas traz novos desafios: o atraso na lista de espera para doentes que precisam de cirurgia à anca ou tratamento a cancro é grande”, declarou.
“Temos de os começar a trazer, mas também ter os hospitais prontos para o caso de haver uma terceira vaga”, disse Down. Vários países europeus estão em plena terceira vaga, alguns dizendo que a grande presença da variante primeiro detectada em Inglaterra, mais contagiosa, dificulta a contenção da pandemia.
Além de serem permitidos contactos no exterior entre grupos de seis pessoas, em Inglaterra voltaram também a abrir courts de ténis, piscinas e campos de golfe.
Boris Johnson avisou que as variantes são um risco mesmo tendo o Reino Unido a quarta maior taxa de vacinação per capita do mundo a seguir a Israel, Emirados Árabes Unidos e Chile.
Uma campanha de saúde pública vai sublinhar o papel da renovação do ar na diminuição do risco de transmissão. “É muito claro que os espaços exteriores são mais seguros do que os interiores. É importante lembrar isso quando avançarmos para a próxima fase”, disse o responsável da saúde Chris Witty.
Apesar deste alivio das restrições, continuam fechadas lojas não essenciais e esplanadas, que se espera que reabram a 12 de Abril, e só um mês depois está prevista a potencial abertura de espaços de entretenimento interiores.