CDS a caminho de liderar mais coligações com PSD do que em 2017
Centristas vão indicar o cabeça de lista à assembleia municipal em Lisboa.
O CDS-PP está em vias de liderar mais coligações autárquicas com o PSD do que em 2017 (na altura foram seis). É o caso de duas no distrito de Évora, uma na Covilhã e outra em São João da Madeira. Há conversações para que o mesmo possa acontecer em Mondim de Basto, Nelas e Mêda, apurou o PÚBLICO. Já em Lisboa é certo que os centristas terão o cabeça de lista na assembleia municipal depois de terem abdicado do primeiro nome à câmara municipal na sequência dos resultados de 2017.
Nas autárquicas de 2017, o CDS liderou coligações com os sociais-democratas em Alcochete, Constância, Cuba, Barrancos, Campo Maior (com o PPM) e Portimão (também com o MPT e PPM). No caso de Alcochete, o entendimento pré-eleitoral entre os dois partidos estará desta vez afastado assim como em Setúbal, onde o PSD avançou com Fernando Negrão. Nesta cidade, o CDS terá um candidato próprio.
Na Covilhã, PSD e CDS deverão concorrer às autárquicas em coligação, mas o cabeça de lista é independente, indicado pelos centristas: Pedro Farromba. O candidato, que já pertenceu ao PSD, já teve o apoio do CDS em 2013 quando concorreu como independente e foi apoiante de Adolfo Mesquita Nunes em 2017, quando este centrista foi o cabeça de lista à câmara. O antigo vice-presidente do CDS foi convidado pelas estruturas locais do seu partido a liderar a assembleia municipal e já terá aceitado, segundo a comunicação social local.
Outra das coligações lideradas pelo CDS será em Montemor-o-Novo com António Luís Pinto Xavier, que é deputado municipal no concelho eleito pelo partido. O PSD indicará o nome para a assembleia municipal. Há ainda um outro concelho no distrito de Évora em que o CDS poderá indicar o candidato à câmara: Mora. Esta câmara é governada pelo PCP mas o actual presidente, Luís Simão, cumpre o último mandato.
Em São João da Madeira, distrito de Aveiro, PSD e CDS entenderam-se para concorrer numa lista conjunta e o candidato apontado será o deputado centrista João Almeida, segundo avançou o Observador e o PÚBLICO confirmou.
Estes entendimentos entre o PSD e o CDS, que em muitos casos estarão abertos a outros partidos, acontecem em concelhos em que os centristas têm uma maior base eleitoral de sustentação e isso pode permitir ao líder, Francisco Rodrigues dos Santos, reclamar mais protagonismo nas autárquicas, eleições tradicionalmente difíceis para o partido. Mas permitirá também a Rui Rio, nas contas finais dos resultados, não só contabilizar mais câmaras nas mãos do PSD e reduzir o fosso relativamente às conquistadas pelo PS como também apontar as que são tiradas directamente aos socialistas por uma maioria de centro-direita.
Com a presença de Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos, os secretários-gerais do PSD e do CDS assinam, esta tarde, em Lisboa, o acordo-quadro autárquico que regula a articulação dos dois partidos nas coligações em todo o país.
O acordo prevê, por exemplo, que o partido liderante na coligação apresente o orçamento de candidatura, que tem de receber o “ok” do segundo partido. Na apresentação das candidaturas está previsto que estejam presentes dirigentes dos dois partidos e que possam intervir.
Este acordo, que é assinado habitualmente em anos de eleições autárquicas, pretende prevenir conflitos posteriores. Mas em caso de existirem está prevista a criação de uma comissão arbitral.
Em 2017, o PSD e o CDS celebraram 99 alianças pré-eleitorais, o que representava mais oito do que as fechadas em 2013.