O Caminho Português de Santiago Central – Alentejo e Ribatejo (CPSC) é o primeiro a obter a certificação governamental do órgão de coordenação nacional criado para o efeito, anunciou o Ministério da Cultura.
A certificação foi atribuída através de uma portaria conjunta (n.º 120/2021), publicada esta segunda-feira em Diário da República, das secretarias de Estado do Turismo e Adjunta e do Património Cultural, em resposta a uma candidatura apresentada pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR).
Trata-se da primeira concretização de um processo iniciado em 2019 e que tem em vista “a certificação dos itinerários que constituem os Caminhos de Santiago em território nacional e a salvaguarda, valorização e promoção do Caminho Português de Santiago”, explica o Governo, em comunicado.
Para isso, foi criada uma Comissão de Certificação, órgão de coordenação de âmbito nacional composto por quatro membros com competências técnicas na área da cultura ou do turismo, que é responsável pela análise das candidaturas.
Este órgão inclui ainda um Conselho Consultivo, onde se encontram representadas as administrações públicas central e regional com relevância no processo, além de um representante da igreja católica e das associações de peregrinos.
A certificação do CPSC reconhece o cumprimento de um conjunto de critérios que visam garantir, entre outros, “a autenticidade do itinerário e o seu carácter ininterrupto no território e no tempo”, além de uma “gestão responsável e de valorização da oferta”, frisa a nota de imprensa.
Contribui também para “uma maior segurança, conforto e melhor experiência do peregrino”, promovendo a “ligação às comunidades locais e a testemunhos de interesse”.
O CPSC do Alentejo e Ribatejo tem uma extensão de 435 quilómetros e está dividido em 19 etapas que atravessam 16 concelhos.
O processo de certificação dinamizado pela ERTAR foi desenvolvido em parceria com os municípios atravessados e prevê um conjunto de acções de valorização do percurso a executar durante os próximos três anos.
Citada no comunicado, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, salienta que, com a retoma da actividade turística, é esperada “uma progressiva normalização na fruição dos itinerários de peregrinação”, o que tem “particular impacto nos territórios de baixa densidade e na atenuação da sazonalidade turística”.
Já a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, também citada, considera que a certificação de um Caminho Português de Santiago “é um passo fundamental na preservação e divulgação deste itinerário único do património cultural europeu”.
Segundo o Ministério da Cultura, estão em curso processos de certificação de outros itinerários do Caminho de Santiago em Portugal que “irão reforçar a rede”, de Sul a Norte do país.
“A valorização e projecção do Caminho Português de Santiago reveste-se de particular importância para a Direcção-Geral do Património Cultural e para o Turismo de Portugal”, afirma o Ministério da Cultura.
Por um lado, “permite dar a conhecer um itinerário que reflecte séculos de história e de património cultural nacional”, enquanto, por outro, “enquadra-se no âmbito da Estratégia de Turismo 2027, que visa a consolidação da notoriedade de Portugal como destino de turismo religioso”, explica.