Municípios e Turismo do Centro unidos para certificar Caminhos de Santiago
A pé, de bicicleta, a cavalo, em cadeira de rodas. É “um caminho para todos”. Processo conta com a participação da associação Via Lusitana, que apela à criação de mais albergues de peregrinos ao longo dos caminhos portugueses.
É mais um passo para a certificação dos Caminhos Portugueses de Santiago e, consecutivamente, para o seu reconhecimento internacional. O Turismo do Centro assinou, esta quinta-feira, um protocolo com os municípios da sua área de influência abrangidos pelo Caminho Central com vista à sua valorização.
O mesmo será feito, esta sexta-feira, relativamente à Via Portugal Nascente, outro dos caminhos portugueses que atravessa a região Centro. Esta certificação é considerada essencial para o posicionamento do Caminho Português, que já é o segundo mais percorrido para chegar a Santiago de Compostela. Contudo, alerta a associação Via Lusitana, importa criar mais albergues de peregrinos.
Ainda que reconheça o esforço feito por algumas autarquias e associações na abertura de albergues – e de que são exemplo os casos de Albergaria-a-Velha e de Coimbra -, José Luís Sanches, presidente da Via Lusitana, diz que é preciso criar mais alojamentos vocacionados para os peregrinos. “O que faz o sucesso de um caminho são os albergues, se não acaba por se resumir a um percurso de trekking”, reforçou, durante a sessão de apresentação do processo de certificação do caminho central, decorrida em Águeda – a cerimónia referente à Via Nascente decorrerá em Vila Velha de Ródão.
O trabalho já realizado permitiu definir nove etapas no caminho central, entre a Golegã e Oliveira de Azeméis, num total de 210,3 quilómetros. Em curso está também o trabalho de diagnóstico da sinalização do itinerário, bem como dos vários pontos de interesse que os peregrinos encontrarão ao longo do caminho cujo itinerário foi marcado com base na descrição da peregrinação que o sacerdote Giovanni Bautista Confalonieri fez nos finais do século XVI.
Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, recordou os números já conhecidos relativamente à procura do caminho português, destacando a importância desta aposta na sua valorização. Entre 2011 e 2019, a utilização do caminho português quase que duplicou. Passou de 183.186 peregrinos, em 2011, para 347.578 em 2019, referiu Pedro Machado. Destes, 327.281 cumpriram o itinerário a pé, 19.363 de bicicleta, 406 a cavalo e 85 em cadeiras de rodas, dados que demonstram que este é “um caminho para todos”.