As cinco missões de Marcelo para o segundo mandato

No discurso da tomada de posse, o Presidente da República destacou as cinco missões que tem pela frente no segundo mandato.

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Marcelo antes de discursar daniel rocha

No discurso de tomada de posse para o segundo mandato — que antecipa será “mais difícil” o Presidente da República destacou as cinco missões que terá pela frente nos próximos cinco anos. E que estão sobretudo marcadas pela crise sanitária que o mundo vive desde Março de 2020.

Primeira missão:

“Vivemos em democracia, queremos continuar a viver em democracia e em democracia combater as mais graves pandemias.”

Marcelo lembra que é preferível a liberdade à opressão e destaca que mesmo em pandemia Portugal realizou duas eleições, uma das quais dando o poder à oposição. “Isto é democracia.” No entanto, defende que é preciso melhor democracia, em que “a realidade não seja esvaziada” pela pobreza ou pela corrupção. “Queremos uma democracia que seja ética republicana”, afirma, destacando a necessidade de evitar deslumbramento, arrogância e abuso de poder.

Segunda missão:

“Queremos desconfinar com sensatez e sucesso.”

A poucos dias da apreciação sobre o plano de desconfinamento, o Presidente da República defende cautelas para esta fase ao pedir sensatez no plano que se segue. Marcelo não quer alongar a pandemia, quer evitar mais mortes, e evitar que se sobrecarregue mais o Serviço Nacional de Saúde.

Terceira missão:

“Teremos de reconstruir a vida das pessoas, que é tudo ou quase tudo.”

Esta missão cobre o ano de 2021 e os anos que se seguem. O Presidente aponta para uma missão exigente, “que é tudo ou quase tudo”. Emprego, rendimento, empresas, mas também saúde mental, laços sociais, vivências e sonhos. “É mais, muito mais do que recuperar, ou seja, regressar a 2019 ou a Fevereiro de 2020”, disse, sinalizando ao Governo que as ajudas serão para continuar. Para isso, Marcelo pede que se mantenham e se aperfeiçoem as medidas para a sobrevivência imediata do tecido social e económico. “Como queremos usar os fundos europeus com clareza estratégica. Boa gestão, transparência e eficácia”, alertou.

Quarta missão:

“Reconstruir a vida das pessoas sem corrigir as desigualdades é reconstruir menos para todos.”

O Presidente explica que a coesão social é a quarta missão que terá no segundo mandato, lembrando que a pandemia fez saltar a “existência de vários portugais cada vez mais distantes entre si”. Marcelo diz que é preciso mais crescimento, exportações e investimento, mas que “queremos mais do que isso”. “Reconstruir a vida das pessoas sem economia a crescer é impossível. Mas reconstruí-la só com a economia sem corrigir as desigualdades existentes, é reconstruir menos para todos porque sobretudo para alguns privilegiados”, afirma.

Quinta missão:

“Não há ilhas no universo.”

O Presidente da República lembra que Portugal é “tudo menos uma ilha” e destaca a importância da fraternidade lusófona, integração europeia e relacionamento transatlântico, que são alguns dos exemplos de “mais solidariedade”. “Eis o apelo do futuro contra o medo do diferente, do diverso e do complementar”, diz, referindo que a quinta missão do Presidente é “aprofundar a nossa vocação para a plataforma entre culturas, civilizações, oceanos e continentes”.

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