Famalicão
Uma “casa de sonho” em forma de comboio
O projecto Casa em Famalicão adaptou-se ao terreno e adoptou a forma de um comboio. Uma “casa de sonho” de materiais low cost que o arquitecto Pedro Lima da Costa construiu para o primo.
Os volumes e o jogo de sombras são os destaques do projecto Casa em Famalicão, do arquitecto Pedro Lima da Costa. Uma residência construída com o propósito de ser uma “casa de sonho” que projectou para o primo à base de capoto, pedra e vidro. “Ele queria uma casa bonita, mas que não lhe custasse os olhos da cara. Um bocadinho como toda a gente. A casa dos sonhos, mas que não fosse um pesadelo”, começa por explicar ao P3.
Mas, afinal, o que define uma casa de sonho? Estar situada num “terreno de sonho”? Num ponto alto com uma vista desafogada para o mar capaz de tirar a devida exclamação aos proprietários? Nada disso. “Para ele [proprietário], é uma casa com piscina. Para mim, é uma casa que nos faça sentir bem. Que tenha luz, que seja acolhedora… mais do que dizer que é a nossa casa, é algo que nos faça sentir em casa.”
A casa, situada numa parcela “estreita e comprida”, obrigou à criação de uma planta que se assemelha a um comboio. “Temos a cozinha, depois passamos pela sala e três quartos. A suíte tem uma forma mais destacada e rodada, no fundo é um remate desse comboio.” As paredes de vidro, distribuídas por cada divisão e directamente viradas para o jardim, desviam os olhos — a par da tão desejada piscina — para o pormenor mais importante para o proprietário, Paulo Costa: “o ponto do churrasco”, enfatiza, entre gargalhadas, Pedro Lima da Costa.
O projecto da Casa em Famalicão começou em Junho de 2018 e terminou em Junho de 2020. Nesse último ano, à medida que a construção ia avançando, o filho de Paulo Costa e Cátia Torres crescia na barriga da mãe. “A obra acabou a um sábado e o Guilherme nasceu na segunda-feira. É engraçado, porque o pai contava-me que tinha conversas com a barriga da mãe a dizer ‘espera mais um bocadinho’”, conta.
João Lopes Cardoso fotografou a casa, capturando as suas linhas contemporâneas e contrastes de luz. Por força da pandemia, Pedro Lima da Costa nunca mais lá voltou, mas admite ter vontade de dar um mergulho na tão cobiçada piscina.
Texto editado por Amanda Ribeiro