Trump angariou mais de 255 milhões de dólares desde as eleições
A ideia da fraude eleitoral atraiu mais de dois milhões de doações, mas levou os líderes da sua equipa jurídica no julgamento de impeachment no Senado a demitirem-se por não concordarem com essa estratégia.
No mesmo fim-de-semana em que vários advogados do ex-Presidente Donald Trump se afastaram da equipa de defesa no julgamento do processo de destituição no Senado dos Estados Unidos, ficou a saber-se que o ex-chefe de Estado e o Partido Republicano conseguiram angariar 255,4 milhões de dólares desde as eleições de 3 de Novembro para contestar os resultados das presidenciais.
De acordo com o New York Times, mesmo com o enfraquecimento das alegações de fraude do ex-Presidente, à medida que os processos para travar a oficialização dos resultados iam sendo arquivados pelos tribunais por falta de provas, mais de dois milhões de contribuições continuaram a entrar nas contas de Trump, do Comité Nacional Republicano e da conta conjunta até ao final do ano.
O valor das doações foram tornadas públicas este fim-de-semana pela WinRed, a plataforma digital que os republicanos usam para processar as suas doações online, junto da Comissão de Eleições Federal.
Trata-se de um valor substancial, que demonstra a capacidade que o ex-Presidente ainda tem de convencer os seus apoiantes de que a vitória de Joe Biden a 3 de Novembro não foi limpa e que houve manipulação de resultados.
Ideias que, aparentemente, não serviram para convencer a equipa de defesa de Trump no Senado a evitar a renúncia; cinco advogados afastaram-se do processo, incluindo os dois que deveriam dirigir a equipa: Butch Bowers e Deborah Barbier.
Segundo a CNN, os advogados queriam concentrar a estratégia na legalidade de um processo de impeachment contra um Presidente que já não está em funções, e Trump quer manter a narrativa na fraude eleitoral de grandes dimensões que, continua a insistir, aconteceu a 3 de Novembro.
Trump e os republicanos angariaram a maioria do dinheiro (207,5 milhões) no primeiro mês a seguir às eleições, começando as doações a diminuir substancialmente a partir daí, com uma queda muito grande a partir de 14 de Dezembro, quando o Colégio Eleitoral votou e escolheu Biden como o 46.º Presidente dos EUA.