Saype continua a unir o mundo com os seus braços — desta vez, na África do Sul

Reuters/VALENTIN FLAURAUD FOR SAYPE
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Reuters/VALENTIN FLAURAUD FOR SAYPE

Num terreno arenoso com tufos de relva na empobrecida favela de Philippi, na Cidade do Cabo, África do Sul, o artista franco-suíço Saype verifica um papel que traz na mão antes de adicionar detalhes a um enorme fresco pintado no chão, mais um braço do seu projecto global com que espera promover a unidade num mundo cada vez mais polarizado.

Guiado por estacas de madeira, Saype desenvolveu cuidadosamente três imagens de duas mãos que se apertam nos antebraços em vários bairros da Cidade do Cabo: em Philippi, num canto de uma velha fábrica de cimento em Langa (ambos com 800 metros quadrados) e, junto ao mar, em Sea Point (com 6000 metros quadrados).

Com a sua série Beyond Walls, o artista de 31 anos está a ligar através da arte de rua, cidades de todo o mundo — retratando, muitas vezes, um grande plano das mãos de duas pessoas.

"A ideia é criar a maior cadeia humana do mundo, falar de união e hoje, na Cidade do Cabo, é o nono passo deste projecto", contou Saype, alter-ego de Guillaume Legros, esta terça-feira, 26 de Janeiro, à Reuters.

"Para mim é muito interessante estar a falar aqui de união, porque penso que foi o pilar do sonho de Mandela", disse, referindo-se ao primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul, que fez o primeiro discurso público na Cidade do Cabo em 1990, depois de ter estado 27 anos na prisão por ter lutado contra o apartheid

Utilizando uma mistura ecológica de giz, carvão e água e proteína de leite como cola para permitir a aderência da tinta ao solo, Saype também já pintou com spray as suas obras temporárias e biodegradáveis em cidades como Paris, Istambul, Yamoussoukro, Andorra, Genebra, Berlim, Turim e Genebra, unindo o mundo com os seus braços.

Reuters/MIKE HUTCHINGS
Reuters/VALENTIN FLAURAUD FOR SAYPE
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EPA/VALENTIN FLAURAUD HANDOUT
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