Galp vai “conversar” com 401 trabalhadores “entre Fevereiro e Março”
Empresa promete reuniões individuais para “identificar as soluções que se afigurem viáveis” para os trabalhadores da refinaria de Matosinhos, que será desmantelada em 2022.
A Galp iniciou esta semana “reuniões e sessões de esclarecimento” sobre o processo de desmantelamento da refinaria de Matosinhos, que irá iniciar-se este ano e demorará pelo menos três anos.
Em comunicado, a empresa adianta que “entre Fevereiro e Março serão realizadas conversas individuais com as 401 pessoas da refinaria” para “identificar as soluções que se afigurem viáveis em cada caso particular” e a data em que serão aplicadas.
“Todos serão ouvidos e tratados com o respeito e a dignidade que se exige”, promete a empresa, que na semana passada levou um puxão de orelhas do ministro do Ambiente, por ter anunciado o encerramento da refinaria na semana do Natal, através de um comunicado institucional, antes de o revelar aos trabalhadores.
Segundo a empresa, o que se seguirá, nos próximos meses, são trabalhos que vão decorrer por fases.
“Estão previstas três grandes etapas sequenciais – descomissionamento, desmantelamento e descontaminação – que devem prolongar-se durante um período mínimo de três anos”, adianta a petrolífera.
O descomissionamento ocorrerá durante 2021, prevendo-se que fique concluído até final de Março na fábrica de combustíveis, até ao fim de Junho nas fábricas de aromáticos e óleos base e até final de Dezembro para as utilidades.
Este processo “destina-se a isentar todas as unidades processuais da presença de produto, preparando os equipamentos de uma forma segura” para serem desmantelados a partir de 2022.
Seguir-se-á a descontaminação dos terrenos, “de acordo com plano a definir que resultará das alternativas de uso a serem identificadas”, refere a Galp.
Na semana passada, na Assembleia da República, o administrador executivo da Galp José Carlos Silva, garantiu que não há, até ao momento, planos para os terrenos da refinaria. “Neste momento não temos qualquer projecto concreto para Leça da Palmeira para além do parque logístico”, afirmou o administrador, dizendo que a empresa está a “avaliar as oportunidades”, olhando para “a cadeia de baterias, mas também para o hidrogénio verde, que é um tema central na transição energética que tem estado arredado das preocupações”.
A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, tem assegurado que naquela localização apenas serão autorizados projectos de natureza industrial, não poluentes, excluindo que possam ser aproveitados “para a especulação imobiliária”.