Covid-19: Moçambique agrava restrições e exige teste a quem chega ao país
“Esta nova situação é de uma gravidade sem paralelo”, disse Nyusi. Bares, discotecas e salas de jogo e voltam a fechar às 00h de sexta-feira. Restauração e comércio com horário limitado. E testes obrigatórios para quem chega ao país.
O Presidente moçambicano anunciou um agravamento de restrições face ao avanço da covid-19 no país, encurtando horários do comércio e restauração, fechando alguns estabelecimentos e espaços culturais e interditando praias, entre outras medidas.
As restrições vão vigorar a partir das 00h de sexta-feira por um período de 21 dias, segundo aprovado na quarta-feira em reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
Filipe Nyusi fez o anúncio durante uma comunicação à nação acerca da evolução da pandemia de covid-19, com um “aumento significativo” de internamentos e mortes nas últimas semanas, chegando na quarta-feira aos 205 óbitos de um total de 23.726 casos positivos.
Uma fatia de 19% dos óbitos desde o início da pandemia, aconteceu já em 2021, sublinhou o Presidente.
De todas as mortes, 81% foram na área metropolitana de Maputo.
“A qualquer momento alguém doente pode não ter onde ser internado”, porque até os serviços privados estão a ficar saturados, disse Nyusi.
Segundo o boletim do Ministério da Saúde, havia na quarta-feira 140 doentes nos centros de internamento de covid-19 e noutras unidades hospitalares, sendo que 79.3% destes pacientes encontravam-se em Maputo.
“Esta nova situação é a mais grave desde que a covid-19 surgiu em Moçambique”, é de uma “gravidade sem paralelo”, sublinhou.
Os dados são um “sinal gravemente vermelho” que exige medidas, disse o Presidente, acresentando que está a ser aumentado o número de camas. Mas “isso não reduz o número de infectados”. Apelou ao cumprimento das medidas básicas de prevenção: uso de máscara, desinfecção frequente das mãos e cumprimento do distanciamento físico.
Entre as medidas anunciadas, reforça-se a exigência do teste à covid-19 para quem quer entrar no país, agora sem excepções, realçou Filipe Nyusi, ao frisar que a medida se aplica “a todos os viajantes”.
Toda a actividade comercial passa a ter de encerrar até às 18h, sendo que restaurantes podem fechar mais tarde, até às 20h de segunda à sexta, mas têm de fechar mais cedo, até às 15h, aos fins de semana.
As casas de venda de bebidas alcoólicas vão encerrar à 13h, hora a que deixam de ser vendidas em supermercados e noutras superfícies comerciais.
Bares, discotecas, salas de jogo, casinos e bancas de venda de bebidas voltam a ter de fechar portas na nova fase de restrições, assim como ginásios e piscinas públicas, mantendo-se abertos espaços públicos como calçadões para caminhadas, sem aglomerações.
As praias estarão também interditas a quem as procura para recreação e lazer, numa altura em que a afluência crescia, dado ser esta a época mais quente e de férias no país.
Voltam também a encerrar os espaços culturais que já tinham reaberto, tais como cinemas, museus, salas de teatro e galerias.
Os campeonatos nacionais de várias modalidades desportivas vão decorrer, mas sem público, acrescentou o chefe de Estado.
O número máximo de participantes em eventos privados é reduzido para 30, podendo chegar aos 50 desde que ao ar livre, devendo os mesmos decorrer até às 20h.
O número de participantes em cerimónias de cultos religiosos está limitado a 50 e os funerais e velórios não podem juntar mais que 20 pessoas, dez caso a morte tenha sido provocada por covid-19.
O Governo moçambicano recomenda ainda o recurso ao teletrabalho e uso de novas tecnologias, sempre que possível.
Após 4 de Fevereiro será feita nova avaliação das medidas.