“Após três anos de operações bem-sucedidas em todo o mundo”, adiantava a empresa Hi Fly quando anunciou ir desistir do Airbus A380, “a decisão de não prolongar o contrato chega como consequência da pandemia de covid-19, que reduziu drasticamente a procura de uma aeronave tão grande”. O dia de despedida chegou esta quinta-feira e com direito a voo, e “coreografia” especial, que pôde ser acompanhado na plataforma Fligth Radar: sobre o Atlântico, frente a Portugal, o seu voo desenhou um coração nos céus.
O avião chegou na tarde de quarta-feira a Beja, “após terminar com êxito a sua última missão comercial ao serviço da Hi Fly”, indicou a empresa. Essa missão passou por Xangai, Seul e Hamburgo. Esta manhã, fez-se aos céus para o último voo em Portugal, a última descolagem do aeroporto de Beja, o único em Portugal continental onde estava autorizado a aterrar (nos Açores, também nas Lajes), com destino a Toulouse, França.
Celebrizado como “o maior avião de passageiros do mundo”, o A380 aterrou no Alentejo pela primeira vez em 2018, tendo sido recebido em festa, com milhares de pessoas a acorrerem ao local para ver o avião. “Chegou ao aeroporto uma avioa que vem prenhe” era o grande título do PÚBLICO para esse momento histórico de um aeroporto com uma história atribulada e poucas alegrias.
O avião ficou ao serviço da empresa portuguesa Hi Fly, uma das 15 no mundo que operavam tal gigante dos céus. Mas a Hi Fly comunicou que por causa da crise provocada pela pandemia o contrato de leasing do A380 iria terminar até final do ano. Na configuração usada pela empresa podiam ser transportados 471 passageiros. A Airbus já tinha anunciado o fim de produção do aparelho.
Especialmente para a empresa, para o aeroporto de Beja e para os muitos fãs da aviação em Portugal, está visto que este será um avião que ficará na memória. E no coração.