A vida na ponta dos dedos
Vemos, ouvimos, cheiramos, provamos e tocamos. São estes os sentidos que nos unem à vida. Mas, em tempos de pandemia, este último elo de ligação parece quase proscrito: o tacto, o toque, é coisa vigiada e perigosa. Vivemos cada vez mais à distância e, com isso, ficamos mais pobres. Como reagem as pessoas cuja vida está na ponta dos dedos?
Os seres humanos têm só cinco sentidos: visão, audição, olfacto, paladar e tacto. Há animais que os têm mais desenvolvidos e apurados do que nós, e outros que acrescentam mesmo alguns à lista: muitas víboras têm visão térmica, os tubarões captam as vibrações na água através de uma linha de sensores ao longo do corpo, vários animais migratórios conseguem orientar-se pelo campo magnético da Terra. Não somos, por isso, a máquina mais perfeita da natureza. E agora ainda menos. Por causa da pandemia, há um sentido que nos está a ser sonegado: o tacto. Conseguimos viver sem toque, sem os pequenos gestos e a proximidade que nos definem como espécie social?
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