GP do Bahrein interrompido após acidente violento de Grosjean
Carro do francês explodiu e o piloto sofreu queimaduras ligeiras, mas saiu do carro pelo próprio pé.
Foi menos de meio minuto, mas os 28,8 segundos que passaram desde que o Haas pilotado por Romain Grosjean embateu, descontrolado, nas barreiras de protecção do circuito de Sakhir, explodindo logo de seguida e transformando-se numa bola de fogo, até ao instante em que o piloto francês surgiu por entre as chamas e pelo seu próprio pé a fugir do inferno, pareceram uma eternidade.
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— ELEVEN Portugal (@ElevenSports_PT) November 29, 2020
?? Arranque marcado pelo grande susto com @RGrosjean. Felizmente, a intervenção foi rápida, o piloto saiu consciente e foi imediatamente encaminhado para o Hospital. As melhoras, campeão! ?? #F1ELEVEN pic.twitter.com/pXHeEbBhW0
O acidente, que neste domingo interrompeu o Grande Prémio do Bahrein, 15.ª e antepenúltima etapa do Mundial de Fórmula 1, logo na primeira volta da corrida, foi apenas isso. Mas Grosjean pode agradecer aos mais recentes desenvolvimentos tecnológicos e de segurança nesta categoria do automobilismo de velocidade o ter “apenas” sofrido algumas queimadoras ligeiras nas mãos e nos tornozelos, embora ontem ainda subsistisse a suspeita de que poderia ter também fracturado algumas costelas.
Um toque entre o monolugar da Haas com o Alpha Tauri do russo Daniil Kvyat, à saída da curva três da pista, descontrolou o carro de Grosjean que, com o depósito cheio de combustível, não demorou um piscar de olhos para se incendiar depois de embater contra as barreiras de protecção. O despiste foi de tal forma violento que o carro, literalmente, partiu-se em dois.
Felizmente, todos os investimentos em equipamentos de segurança que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) tem vindo a promover ao longo dos últimos anos mostraram a sua eficácia e, apesar da violência do despiste, Romain Grosjean sobreviveu.
Um dos mais recentes dispositivos de protecção a equipar os monolugares foi o halo — uma espécie de arco de segurança cujo objectivo é o de proteger a zona da cabeça dos pilotos. E, apesar de ter sido alvo de algumas críticas quando foi introduzido — o receio de dificultar uma eventual retirada do piloto do interior do carro numa situação de sinistro foi uma das questões levantadas na altura — o halo parece ter sido um dos responsáveis por Grosjean ter saído com vida do acidente de ontem.
“Nunca tinha visto tanto fogo nos 12 anos em que conduzo o carro ambulância”, declarou Alan van der Merwe, uma das primeiras pessoas a chegar ao local do embate e a socorrer Grosjean. “O Romain foi capaz de sair do carro pelo seu próprio pé o que, já de si, é incrível. Todos os sistemas [de segurança] que têm sido desenvolvidos funcionaram. O halo, a célula de sobrevivência e os cintos. Bastava que apenas um desses equipamentos tivesse falhado e o desfecho teria sido muito diferente”, acrescentou este ex-piloto sul-africano.
A corrida foi interrompida durante uma hora e meia, tempo mais do que suficiente para todos tomarem, uma vez mais, consciência dos perigos que a modalidade encerra. Mesmo assim, pouco depois do recomeço, novo momento de tensão, quando o Racing Point de Lance Stroll capotou após incidente com Kvyat.
“O acidente com Grosjean foi algo chocante de ver. Quando nos sentamos no cockpit, sabemos que estamos a correr riscos. Grato pelo halo ter funcionado”, comentou o britânico Lewis Hamilton (Mercedes) no final da prova que viria a ganhar — foi a 11.ª vitória da temporada do agora sete vezes campeão mundial —, depois de ter dominado a corrida do princípio ao fim e de ter cortado a linha de meta atrás do “safety car”, que voltou a entrar em pista a duas voltas do fim por causa de um princípio de incêndio no carro de Sergio Pérez (Racing Point) — no segundo e terceiro lugares ficaram os dois Red Bull do holandês Max Verstappen e do tailandês Alexander Albon.