Compras online? Entidades alertam para o perigo de fraudes e lançam campanha #NãoSejasPato

Tudo aponta para que a Black Friday, que ocorre a 27 de Novembro, se faça sobretudo online. E o perigo de fraude digital está a alarmar diversas entidades que acabam de lançar uma campanha de alerta.

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A Black Friday, no Brasil, em 2017: este ano, as enchentes nas lojas não são uma preocupação, com o perigo a concentrar-se no mundo digital LUSA/SEBASTIAO MOREIRA

Noutros anos, a Black Friday obrigou muitas empresas a reforçar a segurança nas lojas físicas, com as filas que se formavam às portas muito tempo antes da hora de abertura e com as enchentes nos espaços. Este ano, esse é um risco que não existe; 2020 fica, porém, marcado pela necessidade de aumentar a segurança digitala começar por consciencializar os consumidores dos perigos que estão à espreita em cada clique. É nesse sentido que o Portal da Queixa acaba de lançar a campanha #NãoSejasPato, que conta ainda com o OLX, o MB Way, a Worten, os CTT, o KuantoKusta e o euPago.

“O contexto de pandemia acelerou o consumo online e veio quebrar barreiras nos hábitos de compra de milhares de portugueses”, explica o Portal da Queixa, uma startup tecnológica, lançada em 2009, que se afirma como a maior rede social de consumidores. E, com a proximidade da Black Friday, o perigo das fraudes online cresceu, tornando vital “aumentar a literacia digital dos consumidores, alertar para os perigos da Internet, evitar burlas e esquemas fraudulentos, ajudar a população a fazer compras com maior segurança e confiança”. No entanto, a campanha não se ficará apenas pela Black Friday e terá a duração de um ano. “Há cada vez mais pessoas a comprar online e a tendência veio para ficar.”

“Enquanto fundador da maior comunidade de consumidores em Portugal, não consigo ficar indiferente aos inúmeros relatos diários que recebemos no Portal da Queixa, relativos às experiências negativas por fraude e burla”, constata Pedro Lourenço, apontando o dedo à inércia das entidades públicas competentes: “Na falta da iniciativa dos responsáveis governamentais, decidimos dar o passo em frente e criar um movimento cívico pela literacia digital dos portugueses em plena crise pandémica”.

A iniciativa #NãoSejasPato inclui o desenvolvimento de uma plataforma que, de forma lúdica, pretende chegar a “várias faixas etárias e sociais, com vista a garantir que o conhecimento é adquirido por toda a sociedade de consumo”. A plataforma, explica-se em comunicado, disponibiliza um jogo que permite avaliar, de forma divertida, os conhecimentos acerca das boas práticas de compras através da Internet.

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“Este movimento é um desejo tanto do OLX como do Portal da Queixa com o intuito de ajudar a sociedade a ganhar uma maior consciência acerca da utilização correcta da Internet”, explica David da Costa Mota, chefe de Operações do OLX Group, citado em comunicado. Já Joaquim Correia, director de Marca e Comunicação da SIBS, sublinha a importância “de um esforço colectivo entre várias entidades”, considerando que só dessa forma “será possível promover a literacia digital e financeira junto de todos os cidadãos, sobretudo dos que têm mais dificuldade no acesso a esta informação”.

De acordo com dados da SIBS, revelados pela Associação de Bancos Portugueses, em 2019, a Black Friday representou “10% do total de compras online”, prevendo que se verifique, este ano, “um crescimento de 30% a 50% nas vendas durante este período”. Um estudo da Worten revela que, durante esta Black Friday, quase 40% dos portugueses admite comprar exclusivamente online e 84% dos consumidores mantém a expectativa de poder aproveitar as campanhas promocionais.

Ao PÚBLICO, o CEO da Visionware, uma empresa portuguesa que tem o seu foco na cibersegurança, contou ter tido mais procura este ano do que nos 14 anos anteriores, explicando que isso está relacionado com os condicionalismos observados por causa da pandemia de covid-19. “Fomos todos obrigados a ir viver para o mundo digital” e “fazemo-lo em casa, onde estamos mais vulneráveis”, explicou Bruno Castro. “Em casa, por um lado, baixamos a guarda, por outro, temos mais distracções e estamos menos focados.” Ou seja, resumiu o perito, “para quem vive de roubar onlineé como roubar doces a crianças”.

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