Promoção externa da indústria de bicicletas ganha prémio europeu

Portugal Bike Value, o projecto que ajudou a catapultar a indústria para o topo da montagem de bicicletas no continente, ganhou os Prémios europeus de Promoção Empresarial.

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A RTE é a maior empresa de montagem de bicicletas da Europa Teresa Pacheco de Miranda

Os holofotes da Europa voltam a apontar para a indústria nacional de produção de bicicletas. Depois de se ter sabido, em plena pandemia, que o país passara, em 2019, para o topo da cadeia de montagem de velocípedes, na Europa, o sector viu esta semana reconhecido o esforço do projecto de promoção da fileira das duas rodas, com o Portugal Bike Value a vencer os Prémios Europeus de Promoção Empresarial (EEPA).

OS EEPA foram anunciados esta segunda-feira em Berlim, e o Grande Prémio de Apoio à Internacionalização das Empresas veio direitinho para Portugal. Cinco anos depois de ter sido criado pela associação que reúne as empresas do sector – a Abimota, o Portugal Bike Value ganha este reconhecimento numa altura em que o país não só produz mais bicicletas que os seus parceiros, 2,7 milhões de unidades montadas, no ano passado, como exporta como nunca, vendendo, lá fora, 400 milhões de euros em velocípedes e componentes. 

Em comunicado, a Abimota considera que este prémio reflecte o reconhecimento internacional do Portugal Bike Value, mas “sobretudo espelha o bom momento que o sector das duas rodas nacional atravessa. Quando implementamos este projecto em 2015, Portugal exportava qualquer coisa como 150 milhões de Euros e quase triplicamos esse valor em cinco anos.” Afirma Gil Nadais, secretário-geral da associação, acrescentando ainda que este crescimento “deve-se a todo o trabalho realizado pelo sector, que afirmou Portugal como destino de qualidade, inovação e empreendedorismo.”   

O selim mais leve do mundo

As bicicletas portuguesas são hoje produtos de elevada qualidade, produzidos com recurso a tecnologias de ponta, assinala o antigo autarca de Águeda. “Temos entre nós, a primeira empresa do mundo a soldar quadros em alumínio através de robôs, as linhas de pintura mais avançadas”, explica, lembrando ainda outras firmas inovadoras como a Gelu, “que faz os selins para bicicleta mais leves do mundo, com apenas 24 gramas”, ou a Miranda, “uma das empresas que mais patentes registou no país”, para além de “fábricas que fazem rodas quase em exclusivo para equipas de competição”.

Com a qualidade que o sector já vinha demonstrando, Portugal alimenta também o interesse de investidores estrangeiros para instalação, no nosso país, de unidades fabris. Segundo Gil Nadais, dentro de poucos meses, o país receberá a primeira fábrica de quadros de carbono fora do continente Asiático, a acrescentar a um portefólio de empresas no qual já se inclui a maior fábrica de montagem de bicicletas e a maior fábrica de rodas para bicicleta da Europa”, enumera. 

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