Presidente da Pfizer vendeu acções no valor de 4,7 milhões no dia do anúncio da eficácia da vacina
Albert Bourla e o grupo farmacêutico que lidera garantem que a venda estava programada desde Agosto e seria feita quando as acções atingissem um determinado valor, o que aconteceu na segunda-feira.
O presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, está no centro de uma polémica por causa da venda de acções do grupo norte-americano que lidera no mesmo dia em que a farmacêutica anunciou dados positivos sobre a eficácia da vacina experimental que está a desenvolver contra o novo coronavírus. No dia do anúncio, esta segunda-feira, as acções disparam em bolsa.
A venda de 132.508 acções, a 41,94 dólares cada, ascendeu a 5,6 milhões de dólares (cerca de 4,7 milhões de euros), de acordo com a informação enviada à entidade de supervisão do mercado de capitais norte-americano, a Securities and Exchange Commission (SEC). Face à cotação das acções na sessão anterior ao anúncio da novidade (sexta-feira passada), Bourla ganhou mais 734 mil dólares, cerca de 624 mil euros.
De acordo com o mesmo documento, a transacção fazia parte de um plano programado, estabelecido pelo CEO, para vender periodicamente algumas acções da Pfizer, detidas no âmbito do seu plano de remunerações. E essa ordem de venda terá sido dada pelo CEO da farmacêutica em 19 de Agosto.
Entretanto, o CEO da farmacêutica disse à canal de televisão CNN que só soube do anúncio dos resultados relativos à eficácia da vacina um dia antes (domingo) de serem tornados públicos.
Bourla não foi o único a vender acções na segunda-feira. A vice-presidente executiva Sally Susman também tinha um plano de alienação de títulos previamente combinado, tendo vendido 43.662 acções, pelo mesmo preço de 41,94 dólares acção.
As vendas programadas estão reguladas pela SEC e são aprovadas pela empresa, concretizando-se quando é atingido o preço fixado.
Recorde-se que esta segunda-feira, 11 de Novembro, foram divulgados os resultados preliminares dos testes em larga escala da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Pfizer e pela parceira alemã BioNTech, revelando uma eficácia de 90% no combate à covid-a19.