No Porto fecharam 20 hotéis em dez dias por falta de turistas

Turismo do Porto e Norte de Portugal avança que os hotéis que fecharam em Novembro na cidade representam 3200 camas. Entre eles, o Dom Henrique, Infante Sagres ou Vila Galé Porto.

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Nelson Garrido

O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal avançou que fecharam 20 hotéis na cidade do Porto nos primeiros dez dias de Novembro, representando 3200 camas vazias, e apela a medidas de apoio.

“Na cidade do Porto, temos já cerca de duas dezenas de hotéis a encerrar, representando mais de 3.200 camas”, disse, em entrevista telefónica à Lusa, o presidente daquela entidade, Luís Pedro Martins.

O responsável fez um apelo ao Governo para que reforce as medidas de apoio aos empresários do sector da hotelaria e da restauração.

“Apelo ao Governo para que não deixe de continuar a apoiar estas empresas e que vá adaptando à medida que as circunstâncias também forem mudando. Isso é muito importante. Sendo que o objectivo principal é mantê-las activas ou preparadas para entrarem em operação a qualquer momento e a outra é manter os postos de trabalho”.

Luís Pedro Martins observou ser “necessário que existam medidas para que os empresários consigam manter os postos os postos de trabalho e para que consigam ter a sua actividade pronta a operar a partir do momento em que saiamos desta situação [de pandemia]”.

O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) fez um segundo apelo, mas dirigido aos empresários e trabalhadores do sector, para que continuem a “acreditar” no potencial da região e para que continuem a recorrer aos “instrumentos de apoio para conseguir manter a sua actividade”.

Luís Pedro Martins pediu ainda aos portugueses, aos “clientes nacionais”, para que possam dar um contributo ao sector da qual dependem mais de 400 mil pessoas a nível nacional, para que utilizem os restaurantes, hotéis ou outros equipamentos do sector hoteleiro e da restauração, porque são “lugares muito seguros”, mas “respeitando sempre as normas, porque é uma questão de saúde”.

O Hotel Dom Henrique, unidade de referência na Baixa da cidade do Porto, suspendeu “temporariamente a actividade hoteleira desde 1 de Novembro devido à falta de turistas”, confirmou à Lusa o front-office da estrutura.

Também o Hotel Infante Sagres, na Praça Filipa de Lencastre, está “encerrado temporariamente, devido ao contexto provocado pela pandemia covid-19 e medidas de prevenção da propagação do vírus”, confirmou fonte oficial daquele unidade hoteleira, referindo que os hotéis do grupo The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, e o Vintage House, no vale do rio Douro, no Pinhão, continuam a “operar normalmente".

Na cadeia hoteleira espanhola Eurostars, o Porto Douro, localizado na Avenida Gustavo Eiffel, encerrou na segunda-feira e o Hotel Exe Almada Porto, na Rua do Almada, fechou hoje, porque “não há turistas na cidade” devido à pandemia e às novas restrições do Governo, disse à Lusa um dos funcionários da recepção do Eurostars Porto Centro Hotel, que ainda está aberto.

O Vila Galé Porto, localizado junto à estação de metro Campo 24 de Agosto, o Hotel Teatro, na rua Sá da Bandeira, o Hotel Inca, na Praça Coronel Pacheco, em Cedofeita, são outras unidade que optaram por encerrar este mês na cidade do Porto.

O Governo anunciou no fim-de-semana passado o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos dias de semana, a partir do dia 9 de Novembro e até 23 de Novembro, nos 121 municípios mais afectados pela pandemia, sendo que, durante os próximos dois fins de semana, o recolher obrigatório se inicia a partir das 13h nos mesmos 121 concelhos.

Em 11 de Outubro, e com o aproximar da época baixa para o turismo, questionada pela Lusa, a presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, admitiu que havia alguns grupos hoteleiros que já tinham sinalizado a intenção de fechar algumas unidades devido à falta de procura.

Segundo uma estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 29 de Outubro, a actividade turística não terá recuperado em Setembro, tendo registado 1,4 milhões de hóspedes e 3,6 milhões de dormidas, o que corresponde a quedas de 52,2% e 53,4%, respectivamente.