Alemanha
Berlim disse adeus ao aeroporto de Tegel e apagou as luzes
São 72 anos de história, dos tempos da Guerra Fria até ao último voo para Paris no sábado, que chegaram ao seu final mais ou menos feliz. No sábado, Berlim encerrou para sempre o aeroporto de Tegel.
Para além do seu passado ligado à aviação militar, foram mais de sete décadas de história para o Tegel. E que história! Com pista e edificações construídas em tempo recorde – três meses, por ordem dos franceses – em 1948, no tempo da Guerra Fria e em pleno bloqueio soviético a Berlim Ocidental, foi de uso militar até aos anos de 1960 e usado a partir daí para a aviação civil.
Foi com o seu ar dos anos setenta que o Tegel, dois dias antes antes se completarem 31 anos sobre a queda do muro de Berlim, se despediu dos berlinenses no sábado. Uma cerimónia oficial de despedida com muita gente a acorrer ao local com um lenço a dizer auf Wiedersehen para assistir a um momento histórico: o último voo. Por sinal, e para ligação entre tempos, com destino Paris e a mesma companhia aérea que fez o primeiro voo comercial, a Air France, em Janeiro de 1960. Foi a primeira a aterrar, a última a partir.
Foi assim, e com um "Obrigado Tegel!", que Berlim fechou as portas ao aeroporto, baptizado de Otto Lilienthal (um pioneiro da aviação alemã) que foi uma "porta para o mundo", como disse o presidente da câmara da cidade, Michael Müller, e desligou as luzes, um evento só possível após ter entrado em operação (com nove anos de atraso), o novo aeroporto BER, Berlim-Brandeburgo, baptizado de Willy Brandt em homenagem ao antigo chanceler.
Já em 2008, a Alemanha tinha encerrado outro ícone aéreo de Berlim, o aeroporto de Tempelhof, que foi transformado num parque. O espaço de Tegel deverá ser usado para construção de habitação e para um campus universitário, mantendo-se o terminal com o seu marcante desenho hexagonal e a torre como monumentos históricos.