Ruas vazias depois do primeiro toque de recolher obrigatório em Espanha

Espanha é um dos países da Europa Ocidental mais afectados da pelo novo coronavírus. Na primeira noite de confinamento, as mudanças já se fizeram sentir pelo silêncio das ruas despedidas de pessoas. 

Uma pessoa caminha pelas ruas vazias de Madrid na primeira noite de confinamento do país. EPA/Rodrigo Jimenez
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Uma pessoa caminha pelas ruas vazias de Madrid na primeira noite de confinamento do país. EPA/Rodrigo Jimenez

Nesta madrugada, Espanha despiu-se de pessoas. Numa noite chuvosa e de Outono, o recolher obrigatório foi respeitado e, pelas ruas, sobraram os carros da polícia, os movimentos pendulares dos serviços de entregas de comida ao domicílio, as portas dos estabelecimentos fechadas e o reflexo dos edifícios no chão das ruas vazias. Foi assim a primeira noite do segundo Estado de Emergência espanhol, anunciado na manhã de Domingo, pelo primeiro-ministro, Pedro Sanchez. 

Mais brandas do que no primeiro Estado de Emergência,  as medidas prevêem o recolher obrigatório em todo o território (à excepção das Ilhas Canárias), entre as 23h e as 6h, bem como um limite para as "reuniões sociais" de seis pessoas e a proibição de circulação entre determinadas comunidades. Espanha conta já com mais de um milhão de casos de infecção pelo novo coronavírus, sendo um dos países mais afectados da Europa Ocidental. O número de mortes continua também a aumentar, apresentando um valor de quase 35 mil. 

De acordo com o diário El País, o confinamento nocturno surge porque mais de 30% dos contágios advêm de convívios e reuniões sociais. Assim, a capital espanhola, reduziu para seis o número limite de pessoas por grupo, quer na rua, quer dentro de casa, bem como proíbiu o convívio entre famílias diferentes.

Por enquanto, as Ilhas Canárias vão permanecer isoladas desta decisão por não apresentarem uma situação epidemiológica tão grave. Segundo a agência Reuters, face a este contexto, Roman Rodriguez, vice-presidente da região, declarou-se "satisfeito". Contudo, não deixou de apelar para que a população não baixe a guarda quanto a esta situação. 

A medida de excepção assumida por Pedro Sanchez vai estar em vigor por 15 dias. Contudo, o Executivo prevê a possibilidade de prolongar este período por mais seis meses. Esta decisão vai depender da vontade do Parlamento espanhol, que irá debater e votar este prolongamento. O respeito pelas medidas já assumidas sente-se nas estradas desocupadas e nas esplanadas recolhidas. 

Um estafeta de uma empresa de serviços de entrega de comida percorre a Praça de Callaos, em Madrid, na primeira noite de confinamento do país.
Um estafeta de uma empresa de serviços de entrega de comida percorre a Praça de Callaos, em Madrid, na primeira noite de confinamento do país. EPA/Rodrigo Jimenez
Um funcionário de limpeza das ruas passa a Gran Via depois de iniciado o confinamento.
Um funcionário de limpeza das ruas passa a Gran Via depois de iniciado o confinamento. EPA/Rodrigo Jimenez
Uma viatura da polícia local atravessa a Puerta del Sol depois do toque de recolher obrigatório.
Uma viatura da polícia local atravessa a Puerta del Sol depois do toque de recolher obrigatório. EPA/Rodrigo Jimenez
Um empregado de um estabelecimento comercial retira as mesas e cadeiras da esplanada depois do toque de recolher obrigatório.
Um empregado de um estabelecimento comercial retira as mesas e cadeiras da esplanada depois do toque de recolher obrigatório. EPA/Rodrigo Jimenez
 Vista geral da Praça de Callaos, em Madrid.
Vista geral da Praça de Callaos, em Madrid. EPA/Rodrigo Jimenez
Um casal abraça-se em frente à entrada do metro do Sol,  na praça vazia da Puerta del Sol.
Um casal abraça-se em frente à entrada do metro do Sol, na praça vazia da Puerta del Sol. EPA/Rodrigo Jimenez
Polícia Nacional patrulha as estradas da rua Gran Via, em Madrid.
Polícia Nacional patrulha as estradas da rua Gran Via, em Madrid. EPA/Rodrigo Jimenez
Uma estafeta de uma empresa de serviços de entrega de comida verifica o seu telemóvel na rua vazia de Callao, em Madrid.
Uma estafeta de uma empresa de serviços de entrega de comida verifica o seu telemóvel na rua vazia de Callao, em Madrid. EPA/Rodrigo Jimenez