Líder do CDS critica encenações à esquerda que desviam as atenções do essencial

Francisco Rodrigues dos Santos entende que as divergências à esquerda são “mero teatro” e “estratégia negocial” para “obrigar o PS a ceder ainda mais”.

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Francisco Rodrigues dos Santos em campanha nos Açores LUSA/ANDRÉ KOSTERS

O líder do CDS-PP acusou neste domingo a esquerda de protagonizar “encenações” em torno da viabilização do Orçamento do Estado (OE) para 2021, o que só serve para o Governo “desviar as atenções do essencial” do documento.

Em declarações aos jornalistas no final de uma acção de campanha em Ponta Delgada, no âmbito das eleições regionais dos Açores, agendadas para dia 25, Francisco Rodrigues dos Santos recusou “contribuir para as encenações” que a esquerda tem feito “ao longo dos anos” sempre que é necessário aprovar um OE.

“Isto vai ser mais do mesmo, com os mesmos de sempre a aprovar e, no final do dia, o Governo conseguiu desviar as atenções do essencial, que é a substância do Orçamento, que não serve ao país, à volta do enredo sobre a sua viabilização”, afirmou o líder dos centristas.

Questionado especificamente sobre os “desentendimentos” recentes entre o Governo e o Bloco de Esquerda, Francisco Rodrigues dos Santos qualificou-os como “um mero teatro” e “estratégia negocial” para “obrigar o PS a ceder ainda mais à esquerda”.

A Assembleia da República começa no dia 27 a debater a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021, estando a votação na generalidade marcada para o dia seguinte, tendo o CDS já anunciado que vai votar contra.

Para Francisco Rodrigues dos Santos, o Governo continua a “atirar dinheiro para cima dos problemas, sem os resolver”, apontando como exemplo a área da Saúde, em relação à qual o líder dos centristas reiterou a necessidade de estabelecer “pontes” com o sector particular e social.

O presidente do CDS criticou ainda “a ausência” de medidas para as empresas "criarem emprego, investirem e salvarem postos de trabalho”, sublinhando que o executivo liderado por António Costa preferiu “aumentar a dependência do Estado através de subsídios”.

“É um Orçamento que continua a escravizar a classe média em impostos, preferindo aumentar subsídios que criam dependências e não permitem às pessoas ter mais rendimento disponível ao final do mês”, acrescentou.

O primeiro-ministro reúne-se na terça-feira com Bloco de Esquerda, PCP e PAN para procurar um acordo para a viabilização da proposta de OE para 2021 e na quarta-feira com o PEV.