As diferenças entre Biden e Trump num “debate” virtual... com eleitores
Respondendo a eleitores em eventos transmitidos à mesma hora, os candidatos deram visões opostas do combate à pandemia nos EUA.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, e o rival democrata, Joe Biden, voltaram a mostrar esta quinta-feira as suas diferenças ao responderem a questões dos eleitores em vez de participarem no que seria o segundo debate para as eleições presidenciais de Novembro.
Os dois eventos foram difundidos à mesma hora e, mais uma vez, os candidatos mostraram profundas diferenças, não só de estilo, mas uma profunda discordância na gestão da pandemia.
“Fizemos um trabalho fantástico... As vacinas estão a chegar e os tratamentos estão a chegar”, disse o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no canal de televisão NBC em Miami, na Florida, um dos estados essenciais para conseguir a maioria dos votos do colégio Eleitoral, e que Trump venceu por uma pequena margem em 2016.
“Encontramo-nos numa situação em que temos mais de 210.000 mortos e o que está ele [Trump] a fazer? Nada”, criticou, por seu turno, o candidato democrata no canal de televisão ABC, transmitido a partir de Filadélfia, na Pensilvânia, outro estado disputado e que Trump também venceu por pouco nas últimas eleições.
Os dois eventos substituíram um debate que tinha sido proposto para o mesmo dia em formato virtual por causa do risco de covid-19, que Trump rejeitou, chamando-lhe "uma perda de tempo”. O Presidente, que esteve internado com a doença, recusou de novo dizer a data em que teve um teste negativo ao coronavírus.
Trump mostrou-se tenso e irritado com as perguntas, especialmente sobre o porquê de usar tão pouco a máscara, repetindo um argumento que tem usado. “Sou Presidente, tenho de ver pessoas... Não posso estar fechado numa bela sala algures na Casa Branca”, ironizou.
O republicano também recusou condenar explicitamente o movimento de conspiração QAnon, que acredita e divulga teorias da conspiração especialmente bizarras. “Não sei nada sobre QAnon”, disse, antes de assegurar que concordava com as posições do movimento “contra a pedofilia”.
Em contraste, o candidato democrata, que lidera a corrida nas sondagens, respondeu às perguntas da audiência num registo muito mais calmo.
É necessário “ouvir o outro”, disse a um eleitor que lhe perguntou como tencionava restaurar a “cortesia e a honra” na política norte-americana.
Mais de 17,5 milhões de norte-americanos já votaram por correspondência ou em voto antecipado, muito mais do que na mesma altura em 2016, segundo um contador do U.S. Elections Project da Universidade da Florida, cita a Reuters.
O antigo vice-presidente democrata lidera por quase 10 pontos percentuais a média nacional das sondagens de opinião para as eleições presidenciais de 3 de Novembro.
Esta sexta-feira começou a ser possível o voto antecipado no estado do Louisianna, depois dos estados da Geórgia, Texas e Carolina do Norte terem registado recordes na ida às urnas para o voto antecipado.
Está ainda agendado um debate entre os dois candidatos para 22 de Outubro em Nashville, Tennessee.