Jovem activista em protesto no Árctico: “Tudo isto pode desaparecer quando eu tiver 30 anos”

No meio do oceano Árctico, a activista ambiental Mya-Rose Craig levantou o cartaz de protesto que simboliza a mobilização dos jovens pelo clima. “A minha geração teve sempre que pensar sobre as alterações climáticas. Sempre fez parte das nossas vidas, parte do nosso futuro”, disse à Reuters.

i-video

Os movimentos de jovens activistas pelo clima de todo o mundo preparam-se para o regresso aos protestos a 25 de Setembro e, com a ajuda da Greenpeace, a jovem inglesa deu o pontapé de saída a uma mobilização que será marcada pelas restrições impostas pela pandemia da covid-19.  

Aos 18 anos, Mya-Rose Craig, activista também conhecida como "Birdgirl" nas redes sociais, faz parte de uma jovem geração que cresceu à sombra da crise climática e diz estar cansada ​​de esperar que os adultos resolvam o problema. Com o protesto no Árctico, quer "mostrar o quão temporária” é esta esta paisagem: “Os nossos líderes têm que tomar uma decisão agora para a poder salvar”. 

Os dados climáticos mostram que o Árctico é um dos ecossistemas em mudança mais rápida do planeta. O gelo no oceano Árctico atingiu, este Verão, o segundo nível mais baixo desde que há registo, devido ao aquecimento global e ainda a outras causas naturais. O degelo registado este ano fica apenas atrás do de 2012, quando o gelo diminuiu para 3,4 milhões de quilómetros quadrados, segundo o National Snow and Ice Data Center (NSIDC), que mantém registos através de imagens de satélite desde 1979.

Estudos recentes demonstram que o aquecimento no Árctico e o degelo marinho mudam o clima mais a sul, alterando as correntes e outras ondas que influenciam os sistemas meteorológicos.

A organização ambientalista Greenpeace convidou Mya-Rose Craig para viajar num dos seus navios para ajudar a espalhar a mensagem sobre a crise climática. Chegar ao bloco de gelo envolveu uma quarentena de duas semanas na Alemanha, seguida de uma viagem de três semanas. Para Craig, estão errados aqueles que consideram os protestos juvenis apenas como uma fase de rebelião típica desta geração. Os jovens activistas exigem a quem está no poder que dê prioridade ao combate às alterações climáticas. "É tudo e tem que ser tratado como tal", defendeu.