Festivais de Verão
Paredes de Coura, és tu? Quase. Foi a festa possível em 2020
Para os dias em que deveria ter decorrido o Vodafone Paredes de Coura de 2020 foi montado um palco na Praia Fluvial do Taboão que se encheu de memórias. Projectaram-se vídeos de concertos passados e dançou-se sem multidões à volta. Um “percurso da nostalgia” que Paulo Pimenta fotografou.
Há quem não aguente um “até já”. São os que estendem a toalha em frente ao único palco, formando ilhas de pares ou grupos reduzidos de amigos que, como eles, não se imaginariam num outro lugar. Parecem habitantes de um novo mundo a olhar para as memórias cheias de suor, lama e abraços de um festival que acontece há 27 anos. Foi difícil admitir que o Vodafone Paredes de Coura não se realizaria este ano. À medida que as notícias de cancelamentos de festivais se atropelavam devido à pandemia de covid-19, a organização adiava a decisão que, agora se sabe, seria inevitável. Mas o que dizer aos que, todos os anos, esperam um regresso a casa?
Quando o dia 19 de Agosto de 2020 chegou, o palco principal do anfiteatro natural encheu-se de memórias e projectou vídeos de concertos de anos passados, para quem agora dançava quase sozinho em frente a imagens de multidões que sabe bem relembrar quão próximas costumavam estar. Choveu e fez sol, houve mergulhos no Coura e bóias abarcadas nas margens da Praia Fluvial do Taboão, algumas tendas espalhadas pelo bosque, este ano silencioso. A 23 de Agosto, o sábado onde foram feitas a maior parte das fotografias nesta fotogaleria, Nuno Lopes assinou um DJ set no palco.
Não foi o regresso esperado, como mostram o campo de milho que tomou conta do que costuma ser um parque de estacionamento e as ruas quase desertas da vila minhota. “Mas houve certas alturas em que voltei a sentir esse espírito, da alegria das pessoas”, conta-nos o fotojornalista Paulo Pimenta, uma das pessoas que, depois de empreendido este “percurso da nostalgia” a 22 e 23 de Agosto, consegue, agora sim, dizer um “até já”.
O regresso do festival está marcado para 18 a 21 de Agosto, do tão esperado 2021. Mac DeMarco, Yellow Days, The Comet is Coming, os bracarenses Mão Morta e o norte-americano Yves Tumor juntam-se a um cartaz que já incluía os veteranos Pixies, Idles, Viagra Boys, Princess Nokia, Jarvis Cocker, Slowthai ou BabBadNotGood.
Todos os bilhetes adquiridos para a edição que deveria ter decorrido este ano serão válidos para 2021, mediante a troca num posto de venda até 31 de Março do próximo ano. Quem optar pelo reembolso terá de o pedir entre 1 e 15 de Setembro de 2021, sendo que, para que o reembolso seja efectuado, o bilhete não pode ter sido trocado para a edição de 2021. Renata Monteiro