Animais que sobreviveram ao incêndio em Santo Tirso já estão a ser esterilizados
Câmara Municipal avançou com esterilização, depois das visitas às associações que receberam mais de uma centena de animais (cães e gatos) que sobreviveram ao incêndio no fim de semana de 18 e 19 de Julho.
Os animais resgatados com vida dos dois abrigos ilegais na Serra da Agrela, na sequência do incêndio que aí lavrou no fim de semana de 18 e 19 de Julho, já estão a ser esterilizados, avançou a Câmara Municipal de Santo Tirso, num comunicado emitido esta segunda-feira. A autarquia prometera a esterilização e a vacinação dos sobreviventes na sequência da tragédia
Dos animais alojados no “Cantinho das Quatro Patas” e no “Abrigo de Paredes”, sabe-se que 73 morreram (69 cães e quatro gatos) e 190 sobreviveram, e foram resgatados, tendo sido acolhidos por particulares (77) e por associações (113). Na semana anterior, o novo veterinário municipal, Hélder Tulha, visitou as instituições que acolheram esses cães e gatos, antes de iniciar a esterilização. “Desde a primeira hora, a Câmara de Santo Tirso mostrou-se disponível para apoiar todos aqueles que receberam os animais. O veterinário municipal já visitou as diferentes associações e, agora, irá avançar com as ações de esterilização”, frisa o presidente da Câmara, Alberto Costa, citado no comunicado.
O Canil/Gatil Municipal de Santo Tirso, para onde os animais estão a ser transportados, tem um bloco operatório preparado para as acções de esterilização. Os cães e os gatos regressam às associações onde se encontravam após a intervenção cirúrgica, com a autarquia a suportar os custos de todo o processo. “Temos estado em contacto com as diferentes associações que receberam os animais do abrigo de Agrela e, tal como nos comprometemos, está a ser prestado todo o apoio necessário”, refere ainda Alberto Costa. As instituições em causa receberam mais de 2,4 toneladas de ração por parte do município e da empresa Propecuária, informa ainda o comunicado.
Na sequência do incêndio, soube-se que os canis atingidos pelo incêndio que deflagrou no concelho de Valongo e se estendeu à freguesia da Agrela, em Santo Tirso, já tinham sido alvo de vários processos de contra-ordenação. As instalações, aliás, não tinham qualquer registo na Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, informou o Ministério da Agricultura. Já o Ministério da Administração Interna abriu um inquérito para apurar as responsabilidades da GNR e da Protecção Civil, forças acusadas de terem demorado demasiado tempo a permitir o socorro dos animais.
Na passada quarta-feira, um homem de 29 anos, suspeito de mais de 30 incêndios numa área entre Valongo e Paredes foi detido pela Polícia Judiciária, que admitia ter sido este suspeito o autor do fogo que acabou por atingir aqueles canis ilegais.