Real Madrid e Juventus falham “final a oito” de Lisboa
Dois erros imperdoáveis de Varane confirmaram favoritismo do Manchester City, que repetiu resultado do Bernabéu. Bis de Cristiano Ronaldo não foi suficiente para afastar o Lyon, salvo por penálti de Depay.
Manchester City e Lyon carimbaram o apuramento para a “final a oito” de Lisboa na Liga dos Campeões, frustrando as ambições de Real Madrid e Juventus, com os espanhóis a serem de novo derrotados por 2-1, agora em Inglaterra, e os italianos a tombarem em casa com um empate (2-2) na eliminatória (perderam por 1-0 em França), apesar da vitória caseira (2-1), com bis de Cristiano Ronaldo, que chegou aos 130 golos na Champions.
Com o “capitão” Sérgio Ramos suspenso, a sofrer na bancada do Etihad, o Real Madrid surgiu órfão do seu comandante num jogo em que os espanhóis precisavam, com carácter urgente, rectificar a derrota (1-2) de Fevereiro, na primeira mão, no Bernabéu.
Consciente da importância de entrar na final a oito de Lisboa com o estatuto de “carrasco” do rei da Champions, Guardiola explorou o perceptível nervosismo dos centrais madrilenos, criando um dispositivo que sugou todos os espaços de construção do Real para pressionar Varane e Militão.
Estratégia que renderia um golo aos 9 minutos, num erro do central francês, a perder, inexplicavelmente, a bola para Gabriel Jesus, que se limitou a servir Raheem Sterling para o sexto golo do internacional inglês na presente edição da competição.
Com o destino aparentemente traçado, Zidane pressentia que pela primeira vez não estaria na final da Liga dos Campeões (em 2018/19 foi Santiago Solari a cair nos “oitavos"), que ganhou consecutivamente entre 2015 e 2018.
Sem margem para mais equívocos, o Real Madrid resistia à tentativa inglesa de decidir em definitivo a questão, apoiando-se no instinto “matador” de Benzema. O francês não desiludiu e, de cabeça (28’), deixou os “merengues” a um golo de igualarem a eliminatória.
A fronteira entre Madrid e Lisboa era, contudo, uma barreira difícil de superar face às sucessivas investidas do Manchester, que traduziam uma superioridade que só Benzema e Modric tentaram questionar. E mais intransponível ficou com o segundo erro crasso de Varane, a trair todos os esforços de Courtois com um atraso comprometedor que Gabriel Jesus transformou no segundo e decisivo golo dos “citizens”.
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Ronaldo marca de penálti
Em Turim, depois da derrota (1-0) em França, a Juventus tinha uma tarefa simples: marcar cedo e deixar o Lyon — que pela primeira vez falhou, via Ligue 1, a qualificação para as provas da UEFA em mais de duas décadas — fora da Europa.
Mas, com Dybala a começar o jogo no banco de suplentes, a “vecchia signora” voltou a balbuciar e a ter que apelar a Cristiano Ronaldo. Especialmente quando o árbitro assinalou, aos 10 minutos, uma grande penalidade para os franceses. Apesar de discutível, o lance foi confirmado pelo videoárbitro e o Lyon elevou a vantagem na eliminatória com um penálti à Panenka, de Memphis Depay (12’).
Ronaldo interiorizava nesse preciso momento que era a hora de vestir a capa e fazer o que os adversários mais temem, uma vez que os italianos precisavam agora de três golos para evitar a desonra. Após algumas tentativas sem sucesso, a tensão seria quebrada na sequência de novo penálti, igualmente discutível, por mão de Depay (na barreira) na sequência de um livre de Pjanic. Ronaldo não facilitou, somando o 129.º golo na Champions.
Apesar da almofada do golo conseguido fora, o Lyon dava sinais de vulnerabilidade, que Cristiano “cheirava” à distância. Depois do “hat-trick” ao Atlético de Madrid, há ano e meio, Ronaldo bisava com um petardo de pé esquerdo que colocava a Juventus a apenas um golo de Lisboa.
Realidade demasiado dura para o Lyon, que, sem mais argumentos, e depois de ver Cristiano Ronaldo elevar-se para falhar o terceiro golo por escassos centímetros, voltou a gritar penálti num alívio que roçou o pé de Dembélé, mas que o árbitro ignorou correctamente. Até final, o Lyon limitar-se-ia a defender a vantagem, recorrendo a todo o tipo de expedientes, desesperando uma Juventus que ainda lançou Dybala (entrou e saiu após 13 minutos) mas que acabaria mesmo por ficar pelo caminho, apesar de ter quebrado a sequência de derrotas com que concluiu a Serie A, mostrando estar longe do seu melhor.
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