Portugal não se inscreveu no Mundial de padel de 2020

A competição, que deveria realizar-se em Novembro no Qatar, foi adiada na semana passada para 2021, mas a Federação Portuguesa de Padel já tinha decidido não participar na competição.

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FRANCISCO ROMAO PEREIRA

O anúncio oficial foi feito apenas no final da semana passada pela Federação Internacional de Padel (FIP), mas se a pandemia da covid-19 não tivesse impossibilitado a realização do Campeonato do Mundo de padel no próximo mês de Novembro, no Qatar, Portugal teria ficado de fora da principal competição de países da modalidade. Segundo Ricardo Oliveira, presidente da Federação Portuguesa de Padel (FPP) a auto-exclusão portuguesa do Mundial 2020 deveu-se ao incumprimento de “regulamentos e estatutos” por parte do organismo que tutela o padel a nível mundial.

É um conflito antigo, que teve há pouco menos de um ano um dos seus pontos altos com a realização em simultâneo de dois Europeus organizados por entidades diferentes, e, se não fosse a pandemia da covid-19, teria dentro de três menos novo episódio. A FIP anunciou na passada sexta-feira que o Mundial 2020, inicialmente marcado para Novembro no Qatar, será adiado, mas se o calendário internacional de padel fosse cumprido, Portugal teria ficado de fora da mais importante competição da modalidade.

Em declarações ao PÚBLICO, Queco Catalan, director desportivo da FIP, explicou que a federação internacional enviou “comunicações sobre o período de inscrições” para a FPP e que “os prazos de inscrição foram ampliados por três vezes”, mas a FIP nunca recebeu “qualquer informação de Portugal”. “Desconheço se foi por não ter dinheiro para se inscrever ou se pensaram que não se podia jogar por uma questão de saúde. Mas, no final, não se inscreveu. Queremos um Mundial com os melhores países e estariam presentes os mais fortes. Não entendemos o que se passou com Portugal”, acrescentou Catalan.

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O responsável pelas competições da FIP, esclareceu que a decisão de adiar o Mundial foi tomada apenas na semana passada “por não existir tempo para realizar as fases de qualificação”. “Quando o prazo de inscrições terminou” em Junho, continuou o dirigente espanhol, a FIP estava convicta “que havia condições para organizar o Mundial em Novembro”, e, por esse motivo, “a Espanha, a Argentina e os restantes países inscreveram-se”.

Sobre o futuro da competição, o director desportivo da FIP diz que o objectivo é “realizar o Mundial o mais rápido possível”. “Gostaríamos que fosse no primeiro trimestre de 2021, mas necessitamos de saber como vai evoluir a pandemia, principalmente na América do Sul, onde há mais problemas neste momento”, concluiu Catalan.

Contactado pelo PÚBLICO, Ricardo Oliveira, presidente da FPP, declarou que a decisão de deixar Portugal de fora do Mundial 2020 deveu-se ao incumprimento de “regulamentos e estatutos” por parte da FIP, o que motivou a apresentação “junto do TAS de quatro processos”. O dirigente evoca ainda o processo de atribuição da prova ao Qatar como outro motivo para que Portugal se auto-excluísse do Mundial: “É nossa opinião que o processo de atribuição do Mundial ao Qatar, num país que não é filiado [na FIP], quando haveria países filiados que apresentaram propostas, de acordo com o comunicado da própria direcção da FIP, não foi claro o suficiente e não cumpriu com os já mencionados regulamentos e estatutos.”

Sobre qual será a posição da FPP quando reabrirem as inscrições para o Mundial, Ricardo Oliveira diz que “quando a direcção da FIP transmitir aos seus filiados as condições de realização do Mundial em 2021, a situação será analisada”. “Se entendermos que o processo cumpre com os regulamentos, os estatutos e a legislação, então Portugal inscrever-se-a certamente no Mundial”.

O presidente da FPP esclareceu ainda em declarações ao PÚBLICO que Portugal ficará de fora do mapa do World Padel Tour 2020 por decisão da Câmara Municipal de Cascais (CMC): “Tanto quanto é do meu conhecimento terá sido a CMC que terá enviado ao promotor uma comunicação em que informava que não faria provas internacionais com publico em 2020. O promotor terá seguido as instruções da CMC e comunicado ao WPT a indisponibilidade para realizar a prova. Da parte do WPT, posso adiantar que teriam organizado a prova se não tivessem recebido o cancelamento”.

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