Já há máscaras sociais de luxo, algumas feitas em Portugal. Podem custar mais de 400 euros

O equipamento adoptado para conter o surto de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 chegou à moda e há versões por centenas de euros, com boa parte do dinheiro a reverter para o combate à pandemia. Mas serão eficazes?

moda,design,saude,portugal,virus,doencas,
Fotogaleria
Uma criação da belga Olivia Hainaut Reuters/FRANÇOIS LENOIR
moda,design,saude,portugal,virus,doencas,
Fotogaleria
Olivia Hainaut Reuters/FRANÇOIS LENOIR
moda,design,saude,portugal,virus,doencas,
Fotogaleria
Olivia Hainaut Reuters/FRANÇOIS LENOIR
moda,design,saude,portugal,virus,doencas,
Fotogaleria
Olivia Hainaut Reuters/FRANÇOIS LENOIR
Fotogaleria
A designer Aude De Wolf criou o conceito de cachecol-máscara Reuters/FRANCOIS LENOIR
Fotogaleria
O cachecol-máscara de Aude De Wolf Reuters/FRANCOIS LENOIR
Bélgica
Fotogaleria
O cachecol-máscara de Aude De Wolf Reuters/FRANCOIS LENOIR

“Quando não os podes vencer, junta-te a eles” bem poderia ser o mote de muitas chancelas de luxo que incluíram nos seus catálogos máscaras sociais, feitas a partir das mais elegantes e dispendiosas matérias-primas.

Afinal, a máscara social tomou conta do quotidiano, sendo o seu uso actualmente obrigatório em diversos países (em Portugal, a sua utilização é forçosa em espaços públicos). Por isso, a imaginação depressa tomou conta de vários criativos, e os designers que se movimentam no sector do luxo não ficaram de fora. A máscara passou a ser mais peça nas suas colecções como se se tratasse de um qualquer acessório, qual uma malinha ou um chapéu. E sem olhar a custos…

Há máscaras em caxemira, costuradas à mão ponto a ponto, enfeitadas com pedras preciosas ou estampadas com desenhos de autor.

Ver esta publicação no Instagram

MICHAEL NGO x ‘REVIVAL’ MASK PROJECT // Benefiting Los Angeles Food Bank •• WEEK 2 DROP. . New #MICHAELNGO #REVIVALMaskProject designs available on #TOMORROW Monday 4/6 11am PST in limited quantities! Happy to introduce the #DENIM collection launching tomorrow at www.MICHAELNGO.us ! . . US Order Only. Items begin shipping 4/8!. . SO HAPPY!! Thank you for all the support during WEEK 1; We raised enough to provide 28,000 meals for the @lafoodbank!! Let’s have another amazing week! Love you all!! 100% of the net-proceeds go directly to the @lafoodbank to help provide meals to children, hardworking families, struggling seniors and many others within lower-income communities that have been disproportionately affected by COVID-19.

Uma publicação partilhada por MICHAEL NGO (@imngo) a

O criador Michael Ngo, famoso pelos looks que já criou para Ariana Grande, Maren Morris ou Jennifer Lopez lançou uma colecção de máscaras que se apresentam quase como jóias: recorrendo a materiais como o linho, o algodão ou o poliéster, o designer distinguiu alguns dos objectos com o brilho dos cristais Swarovski. Resultado: há máscaras a partir de 45 dólares (quase 40 euros) e outras que chegam a custar 500 dólares (430€). Mas, antes que alguém se ofenda, 100% do valor reverte a favor do Banco Alimentar de Los Angeles.

“Tinha um enorme stock de tecidos”, começou por explicar Ngo à Page Six Style. “E depois, quando o confinamento aconteceu, fiquei tipo: ‘Oh, bolas. Não posso acreditar nisto. O que posso fazer?’.” A resposta não tardou: “Quero fazer máscaras e doar a hospitais e organizações perto de mim”.

Ainda no capítulo da solidariedade, a marca de Virgil Abloh, a Off-White, está a vender máscaras 100% algodão com estampagem, por 95 dólares (82 euros). O acessório, deixa claro a marca, não é certificado, mas o valor total das vendas reverte para a luta contra a pandemia. Curiosidade: as máscaras são “made in Portugal.

Já no caso da Akris será metade do valor que será entregue a uma instituição de protecção da infância. Laváveis, respiráveis e reutilizáveis, as máscaras são feitas de algodão suíço do stock de tecido Akris e, ainda que sejam desaconselhadas para pessoal de saúde, a marca defende as suas qualidades de protecção para os restantes cidadãos. O preço: 100 dólares (86 euros).

Enquanto isso, na Bélgica, a designer Aude De Wolf criou o conceito de cachecol-máscara que, recorrendo a matérias-primas de qualidade, conjuga uma máscara social a exuberantes lenços. “Fui inspirada pela minha mãe porque ela não gosta do seu pescoço”, confessou De Wolf, citada pela Reuters. Além de que, explica, o conceito ajuda a pôr e a tirar a máscara com facilidade.

Os cachecol-máscara podem custar até 160 euros, sendo que Aude De Wolf tem vindo a produzir, paralelamente, máscaras cirúrgicas grátis para os hospitais.

Também a designer de alta-costura belga Olivia Hainaut aplicou os seus conhecimentos na criação de máscaras com lantejoulas, jóias ou flores de seda, que custam desde 75 euros, dependendo dos materiais envolvidos na confecção. Mas Hainaut explica que estas não são máscaras para o dia-a-dia: “Talvez para uma festa ou um casamento... a ideia é trazer alguma alegria a algo que é muito triste”, explicou à Reuters.

À parte da beleza dos objectos e da sua unicidade, levantam-se, porém, questões de segurança. É que a superior qualidade de tecidos como o linho ou a caxemira não é garantia de eficácia no que diz respeito a proteger o seu utilizador tanto de expelir como de absorver ar contaminado. O algodão, segundo a maioria dos especialistas, permanece a melhor solução quer de conforto quer de protecção.

Sugerir correcção