Santo Tirso
Habitantes de Santo Tirso salvaram mais de uma centena de animais, mas noite infernal fez 54 vítimas
PAN, associação ANIMAL e milhares nas redes sociais reclamam por justiça. GNR afasta responsabilidades, mas confirma que proprietários impediram entrada de apoio.
Um incêndio na freguesia de Agrela, em Santo Tirso, destruiu o canil “Cantinho das Quatro Patas” e matou 54 animais (52 cães e dois gatos). As circunstâncias continuam a causar confusão e polémica. O canil, ilegal, era já alvo de queixas desde 2017. As pessoas que acudiram ao incêndio e o PAN (partido Pessoas-Animais-Natureza) queixam-se de que os donos do espaço não permitiram a entrada e ajuda durante a noite.
Também acusam a Guarda Nacional Republicana (GNR) de ser lenta e ineficaz na resposta, mas as autoridades desmentiram as acusações. “Enquanto o incêndio deflagrava, ainda durante a tarde, a ação da GNR foi essencial para permitir que tivessem sido resgatados, com vida, a maior parte dos cães”, disse a GNR, no Facebook.
Para as operações de resgate apareceram os cidadãos, que ajudaram o canil e as autoridades a salvar 110 animais, segundo números da Câmara Municipal de Santo Tirso.
Também na internet, surgiu auxílio e elevaram-se vozes de descontentamento. Uma petição foi criada durante o dia a pedir “justiça pela falta de prestação de auxílio aos animais do canil cantinho 4 patas em Santo Tirso”. Até às 23h de domingo, mais de 85 mil pessoas pediam “justiça para que tanto a GNR como a proprietária venham a ser julgados em tribunal e punidos, pelos crimes de maus tratos aos animais de companhia, negligência e falta de auxílio quando o poderiam ter feito”.
Já a associação ANIMAL, uma organização de defesa dos direitos dos animais, disse que a negligência para com os animais não é nova e que as respostas actualmente em vigor são “miseráveis”. Hélio Carvalho