FC Porto goleia Belenenses SAD e pode ser campeão na próxima jornada

“Dragões” repõem vantagem de seis pontos sobre o Benfica, com quatro rondas por disputar no campeonato.

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LUSA/MANUEL FERNANDO ARAUJO/POOL
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Regras internacionais de futebol
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Duas vitórias, independentemente do que fizer o Benfica, ou um triunfo, caso os “encarnados” dêem uma ajuda. É isto que falta ao FC Porto para ser campeão nacional, algo que até pode acontecer já na próxima quinta-feira, caso os portistas vençam em Tondela e os lisboetas percam em Famalicão. Tudo isto só será possível porque, neste domingo, o FC Porto superou o Belenenses SAD, por 5-0, recolocando nos seis pontos a diferença para o Benfica. Já o Belenenses mantém apenas quatro pontos de vantagem para a zona de descida de divisão.

Nesta partida, o FC Porto esteve longe de impressionar e não foi sequer competente na criação de jogo ofensivo, mas soube identificar e explorar de forma sagaz aquilo que a equipa de Petit lhe ofereceu.

Na primeira parte, o futebol foi lento, os lances de qualidade não preencheram sequer os dedos de uma mão e, como é habitual neste tipo de contexto, quem aproveita é a equipa teoricamente menos capaz.

O Belenenses SAD, que não teve guarda-redes suplente nesta partida e fez várias “poupanças”, montou um bloco compacto e, na primeira fase de construção portista, subiu bastante as linhas, conseguindo um par de recuperações de bola em zonas adiantadas. E entrou mais perigoso. Rúben Lima cruzou para Semedo não finalizar, aos 13’, André Santos rematou de fora da área aos 16’, e, aos 19’, Nuno Coelho, em boa posição, não encostou o cruzamento de Pina.

Mas esta audácia trouxe valências e limitações, explicadas pela célebre metáfora da “manta curta”: por um lado, o bloco subido e compacto do Belenenses SAD tirou os criativos portistas do jogo e permitiu recuperar bolas em zonas adiantadas. Por outro, convidou a equipa de Sérgio Conceição a explorar a profundidade – algo de que tanto gosta – e deixou os lisboetas expostos a transições.

E, a partir dos 20’, momento até ao qual o FC Porto só rematava de fora da área (Oliveira e Uribe), a equipa portista mudou a estratégia. Conceição não reeditou a “invenção” de ter Corona nas costas dos avançados (a jogar entre linhas, frente ao Boavista, o mexicano teve um tremendo impacto a encontrar soluções) e optou, sim, por trocar o “rendilhado” sem progressão e verticalidade pela exploração das costas da defesa lisboeta.

Aos 21’ (Manafá para Marega), aos 24’ (Corona para Soares), aos 28’ (Oliveira para Marega) e aos 30’ (Corona para Marega), o FC Porto expôs o Belenenses SAD em lances deste tipo, com a jogada de Soares, num remate cruzado, a criar particular perigo.

Aos 31’, o bloco subido dos lisboetas ficou exposto a uma perda de bola. A transição defensiva foi lenta e o FC Porto, mesmo devagar, chegou à área. Otávio, do lado direito, pôde “parar, olhar e escutar”, antes de fazer um cruzamento.

Nuno Coelho estava a marcar Soares, mas, como Pina deixou Uribe sozinho, o capitão foi tentar ajudar. Má ideia, já que a bola foi ter com… Soares. Na área, o avançado pôde “parar, olhar e escutar”, antes de cabecear para o golo. Um golo demasiado fácil, que lhe permitiu marcar, 12 jogos depois.

Aos 35’, o FC Porto conseguiu o primeiro passe vertical entre linhas. Mbemba descobriu Uribe, que rodou em frente à área, combinou com Marega e, entre ressaltos, primeiro, e engenho técnico, depois, finalizou na cara de Koffi. O primeiro golo do mexicano pelo FC Porto foi anulado por mão na bola – a lei 12, recorde-se, estipula que qualquer golo obtido a partir de um toque com o braço, voluntário ou não, deve ser invalidado.

A primeira parte foi feia e de “serviços mínimos”, mas o FC Porto, sem ser particularmente competente, expôs um Belenenses SAD audaz – e nem sempre a audácia compensa.

Depois do descanso – um descanso longo, de bem mais de 15 minutos –, o FC Porto adormeceu a partida, mas, aos, aos 58’, voltou a expor as costas da defesa contrária. A receita foi sempre a mesma e, desta feita, os “cozinheiros” foram Corona, que assistiu e continua a ser decisivo, e Marega, que finalizou e fez o 12.º golo na temporada.

A partir daqui, houve meia hora de um futebol pobre. Mais pobre ainda do que o visto até então, algo que parecia ser improvável. O FC Porto não viu razões para “puxar” mais pelo jogo e o Belenenses SAD não viu, na sua equipa, argumentos para contrariar o que fosse.

Ainda assim, sem grande esforço, houve tempo para um penálti claríssimo sobre Luis Díaz, convertido por Alex Telles, um golo de livre directo do jovem Fábio Vieira, que pediu a Telles para o deixar bater, e um golo tremendo de Luis Díaz, que pegou na bola no meio-campo portista, correu, correu e rematou forte, de fora da área. Foram três pequenos pedaços de formalidade em algo já mais do que decidido.

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