O vermelho saiu à rua em Liverpool: “Esta conquista é para vocês”

Jürgen Klopp falou ao site do clube sobre o título inglês, 30 anos depois. “Não poderia estar mais orgulhoso”.

Festejos dos adeptos prolongaram-se noite dentro
Fotogaleria
Festejos dos adeptos prolongaram-se noite dentro Phil Noble/Reuters
Foi o primeiro título conquistado pelos <i>reds</i> em 30 anos
Fotogaleria
Foi o primeiro título conquistado pelos reds em 30 anos Molly Darlington/Reuters
Maioria das pessoas na celebração não usava máscara
Fotogaleria
Maioria das pessoas na celebração não usava máscara Molly Darlington/Reuters
Adeptos deram "boleia" a Jürgen Klopp, técnico do Liverpool
Fotogaleria
Adeptos deram "boleia" a Jürgen Klopp, técnico do Liverpool Phil Noble/Reuters
Anfield Road, estádio do Liverpool, foi o palco das celebrações
Fotogaleria
Anfield Road, estádio do Liverpool, foi o palco das celebrações Phil Noble/Reuters
Pirotecnia ajudou a pintar a cidade de vermelho
Fotogaleria
Pirotecnia ajudou a pintar a cidade de vermelho Phil Noble/Reuters
<i>Reds</i> não esqueceram adeptos que morreram no desastre de Hillsborough em 1989
Fotogaleria
Reds não esqueceram adeptos que morreram no desastre de Hillsborough em 1989 Molly Darlington/Reuters
O egípcio Mohamed Salah foi um dos jogadores mais importantes para a conquista do título
Fotogaleria
O egípcio Mohamed Salah foi um dos jogadores mais importantes para a conquista do título Carl Recine/Reuters
Polícia vigiou comportamento dos adeptos durante os festejos
Fotogaleria
Polícia vigiou comportamento dos adeptos durante os festejos Carl Recine/Reuters
Alguns adeptos não esqueceram a pandemia e muniram-se de máscara
Fotogaleria
Alguns adeptos não esqueceram a pandemia e muniram-se de máscara Carl Recine/Reuters
Festejos tiveram início logo após apito final no jogo entre Manchester City e Chelsea
Fotogaleria
Festejos tiveram início logo após apito final no jogo entre Manchester City e Chelsea Carl Recine/Reuters

Jürgen Klopp fez mesmo bluff quando sugeriu que talvez nem visse o jogo entre o Chelsea e o Manchester City, que acabou por entregar numa bandeja dourada o título ao Liverpool. Não só acompanhou o encontro pela televisão, como convocou todos os jogadores para o efeito, no hotel onde costumam estagiar. A festa dentro da unidade hoteleira foi uma pequena amostra da festa que aconteceu nas ruas. E a festa que aconteceu nas ruas foi uma pequena amostra do que teria sido em circunstâncias normais, sem covid-19, sem amarras sanitárias.

Os adeptos dos “reds” rumaram preferencialmente a Anfield Road, uma espécie de santuário desportivo para os seguidores do clube. E se muitos optaram por ficar em casa, vestindo-se a rigor e enfeitando a fachada com motivos alusivos aos heróis do momento, outros acabaram por ignorar as regras do distanciamento social e festejaram em conjunto nas imediações do estádio. 

Entre fumos vermelhos, tochas e os tradicionais cânticos - que, naturalmente, incluíram o hino You'll Never Walk Alone -, os festejos prolongaram-se bem para lá da meia-noite, para descontentamento das autoridades de Liverpool.

“Infelizmente, nem toda a gente respeitou as regras em vigor”, notou Rob Carden, chefe da polícia de Merseyside. “Nos próximos dias, instamos as pessoas a agirem correctamente e a celebrarem de forma segura, com os familiares e dentro da sua bolha social”, acrescentou, já antevendo a continuação da festa nas próximas semanas, enquanto a época durar.

No centro da cidade, o Cunard Building iluminou-se, a igreja de St. Luke também sentiu bem de perto o calor do fogo-de-artifício, mesmo que os carros tenham sido mantidos à distância pela polícia. 

“Esperámos tanto tempo, todos os que fazem parte do clube estavam desesperados por trazer o título para casa, para os adeptos”, resumiu Jamie Carragher, antigo capitão do Liverpool, aos microfones da Sky Sports.

Klopp: “Vou começar a chorar novamente"

Com sete jornadas ainda para completar a Premier League, não faltarão oportunidades para Jürgen Klopp e os jogadores se pronunciarem sobre uma época que tem sido excepcional (e que se segue a uma outra que culminou com a conquista da Liga dos Campeões). Mas enquanto os protagonistas não surgem no espaço público, valem as declarações ao site do clube.

“Se eu começar a tentar falar de como me sinto, vou começar a chorar novamente. Estou em êxtase, não sei, é uma mistura de tudo - estou aliviado, contente, orgulhoso. Não poderia estar mais orgulhoso dos rapazes”, resumiu Jürgen Klopp, confessando que também sentiu um pouco de vazio mal o árbitro apitou para o fim do Chelsea-Manchester City.

O treinador alemão confessou também que só na época passada interiorizou o sentimento de que seria possível chegar ao título. “Há três anos não nos aproximámos o suficiente, no ano passado estivemos muito perto... O que os jogadores fizeram nos últimos anos, a consistência que mostraram é absolutamente incrível”. 

A reacção do internacional inglês Jordan Henderson, um dos motores do meio-campo do Liverpool, também foi no mesmo sentido: “Estou tão orgulhoso por fazer parte deste clube e deste grupo. Merecemos tudo isto, porque vejo como se trabalha nos treinos”, assinalou, apontando já ao futuro: “Agora há que continuar assim, com esta fome e determinação”.

Nesta fase de pandemia, a ligação aos adeptos ganha uma dimensão extra. Especialmente quando se fala de adeptos com o calibre dos do Liverpool, que aguentaram firmes ao longo de três décadas de jejum, sempre ao lado da equipa. 

“É maravilhoso poder partilhar tudo isto. Nós estamos aqui, eles [os adeptos] estão lá, mas estamos todos juntos. A minha mensagem é esta: ‘Isto é para vocês aí fora, é realmente para vocês’. É para tanta gente, para Kenny Dalglish e Graeme Souness (...), Shankly e Paisley e Fagan e todos os outros, para Steven Gerrard – nos últimos 20 anos, este clube foi construído nas pernas dele. É simplesmente fantástico”.

Sugerir correcção