A família de Tom Petty não quer a sua música na “campanha de ódio” de Trump

Também Neil Young, Rihanna e os REM se opuseram ao uso das suas canções nas campanhas do actual Presidente dos EUA.

Foto
O músico morreu em 2017 Reuters/Lucy Nicholson

A família de Tom Petty criticou Donald Trump por usar a canção I Won't Back Down no comício em Tulsa, no sábado. “Trump não estava autorizado a usar essa música para promover uma campanha que deixa muitos americanos para trás”, justifica a família do artista, que morreu em 2017.

“Tom Petty não iria querer que uma música sua fosse usada para uma campanha de ódio”, escreveram Dana, viúva do músico, Jana, ex-mulher, e as filhas Adria e Annakim no Twitter. “Tanto o falecido Tom Petty como a sua família são firmemente contra qualquer tipo de racismo ou de discriminação”, referiram ainda. A música foi tocada na arena do BOK Center para cerca de seis mil apoiantes de Trump, num recinto com 19 mil lugares e que a campanha presidencial esperava encher.

Recorde-se que Trump, que esperava com este comício dar força à sua campanha de reeleição, tem vindo a criticar os protestos anti-racistas que tomaram grande parte do país desde o assassinato de George Floyd, em Mineápolis, no passado dia 25 de Maio.

Petty escreveu a música em 1989 para o “oprimido, para o homem comum e para todos”, continua a sua família no Twitter. “Acreditamos na América e acreditamos na democracia. Mas Donald Trump não representa esses nobres ideais”, declaram, defendendo o direito a todos votarem livremente, em quem quiserem.

A letra da música fala na resistência à opressão e diz: “Eu tenho apenas uma vida num mundo que continua a empurrar-me, mas eu vou manter-me firme e não vou voltar atrás.” A família justifica a decisão de não querer a música do artista associada a Trump: “Detestaríamos que os fãs marginalizados por este Governo pensassem que éramos cúmplices.”

Também o cantor canadiano Neil Young se opôs ao uso da sua música Rockin, de 1989, por Trump, quando este anunciou a sua campanha presidencial em 2016. Mas não foi o único: os REM e Rihanna também não quiseram o seu trabalho associado ao candidato republicano.