DGS dá aval à Volta a Portugal nas datas previstas, sem aglomerações

Prova mantém as datas (arranca a 29 de Julho) e ciclistas serão testados antes da competição. Equipas estrangeiras não cumprirão quarentena.

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LUSA/NUNO VEIGA

A Volta a Portugal em bicicleta vai decorrer entre 29 de Julho e 9 de Agosto, assegurando o distanciamento social e sem concentrações com mais de 20 pessoas, adiantou à agência Lusa fonte oficial da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Em resposta por escrito, o organismo afirmou que, “de acordo com o plano apresentado” pela Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), está previsto que “a prova decorra de 29 de Julho a 9 de Agosto”.

“Os atletas serão monitorizados pela equipa médica do clube por forma a garantir a detecção precoce de qualquer sintoma sugestivo de covid-19. Caso existam suspeitos de covid-19, serão aplicados os procedimentos estabelecidos em Portugal, não podendo participar na prova. Será realizado um teste antes do início da competição”, explicou a DGS.

Questionada pela Lusa, a autoridade de saúde assumiu ainda as restrições que vão ser colocadas à presença de público, nas partidas e chegadas das etapas: “Desde que esteja assegurado o distanciamento físico entre as pessoas, o cumprimento das restantes medidas de prevenção e controlo de infecção e não existam concentrações superiores a 20 pessoas”, detalhou.

Durante a prova, prevê-se que as “várias equipas estejam organizadas por coortes [bolhas, de forma a estarem separadas]” e não estejam todas no mesmo hotel, sendo que “todos os cuidados de prevenção e controlo de infecção por SARS-CoV-2 vão ser alargados a todos os intervenientes”.

Quarentena não será obrigatória

De acordo com a DGS, a proposta da FPC não prevê a obrigatoriedade de quarentena para as equipas estrangeiras participantes. “As equipas estrangeiras que se inscreverem e reunirem condições sanitárias poderão participar. À data da análise da proposta da FPC não se prevê qualquer quarentena à chegada, só pelo facto de entrar em Portugal. O isolamento está previsto em Portugal para qualquer caso ou contacto próximo de um caso de covid-19”, reiterou a DGS.

No dia 2 de Junho, a FPC apresentou à DGS as propostas para a realização da principal corrida velocipédica nacional, que, segundo fonte federativa, foram “bem acolhidas”.

O plano foi apresentado pelo director clínico da FPC, Filipe Lima Quintas, que acompanhou na reunião o presidente do organismo, Delmino Pereira, e dois elementos da Podium, Vasco Empis e Joaquim Gomes, director da maior prova velocipédica nacional.

A Volta a Portugal, cuja 82.ª edição está agendada entre 29 de Julho e 9 de Agosto, não foi afectada pela suspensão do calendário decretada pela União Ciclista Internacional devido à pandemia da covid-19, que se estende até 1 de Julho para todas as provas e até 1 de Agosto para as da categoria WorldTour.

No dia 5 de Maio, o presidente da FPC reconheceu que poderia haver condicionalismos à presença de público na Volta a Portugal e garantiu um “compromisso máximo na defesa da saúde de todos os intervenientes” na prova.

“Estamos a planear e desenvolver o evento para que tenha toda a qualidade sanitária exigível. É um processo complexo, porque, além da presença do público, há outras condicionantes. Vamos fazer tudo com o compromisso máximo na defesa da saúde de todos os intervenientes”, garantiu Delmino Pereira.

O dirigente explicou então que a federação estava “a trabalhar numa lógica inspirada nas regras que estão a ser desenvolvidas para a Volta a França”, prova na qual também estão a ser pensadas estratégias para limitar aglomerados de pessoas durante as etapas.

“Se a Volta a França, que tem uma dimensão enorme comparada com a nossa Volta a Portugal, se vai realizar, e num país que foi muito mais afectado pela pandemia, nós acreditamos que também podemos fazer, com todos os cuidados, esta prova tão importante para o ciclismo nacional”, acrescentou Delmino Pereira.