Semana da Moda de Londres estreia-se esta sexta-feira em versão virtual

Além de um formato 100% digital, a semana de moda não se se vai centrar apenas em colecções masculina ou feminina ou em roupas para Primavera/Verão ou Outono/Inverno.

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Tal como em edições anteriores, existe um calendário com eventos de cada estilista Reuters/Alessandro Garofalo

A Semana da Moda de Londres arranca esta sexta-feira sem desfiles devido à pandemia da covid-19, o que levou os organizadores a reinventar o evento numa versão virtual, no qual participa a dupla de estilistas portuguesa Marques'Almeida​. Seguem-se Paris e Milão, também exclusivamente online.

Além de um formato 100% digital, a semana de moda não se se vai centrar apenas em colecções masculina ou feminina ou em roupas para Primavera/Verão ou Outono/Inverno, mas englobar tudo, algo que a organização British Fashion Council (BFC) pretende manter no futuro. 

“Esta plataforma global não vai ter épocas e vai ser neutra em termos de género, mostrando colecções masculinas e femininas e uma mistura de lançamentos de colecções novas que vão estar nas lojas no futuro, bem como de colecções que podem ser compradas agora”, anunciou a presidente do BFC, Caroline Rush, na apresentação do evento. 

Tal como em edições anteriores, existe um calendário com eventos de cada estilista, entre esta sexta e domingo, mas em vez de desfiles ou showrooms com audiência, as colecções vão ser apresentadas em vídeos, galerias virtuais e até recorrendo a imagens em três dimensões.

A plataforma vai ter perfis de mais de 100 estilistas com informação para os profissionais do sector e também para os consumidores, e disponibilizar conteúdos como entrevistas, podcasts, debates, apresentação de produtos e passeios por Londres. 

O evento da dupla Marques'Almeida em vídeo é intitulado “reM'Ade” e será transmitido ao vivo no primeiro dia do evento, pelas 18h. 

A Marques'Almeida foi criada em 2011 e é formada por Marta Marques e Paulo Almeida, estilistas portugueses que estudaram e se instalaram na capital britânica, onde têm apresentado regularmente as suas colecções. 

Um sector em prejuízo

Em 2019, a indústria da moda, que emprega cerca de 900 mil pessoas, contribuiu directamente com 35 mil milhões de libras (39 mil milhões de euros) para o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, um aumento de 9,4% relativamente a 2018.

Segundo o BFC, a pandemia covid-19 já afectou muito a moda britânica, tendo 73% das empresas do sector registado cancelamentos de pedidos.

Antes do impacte da pandemia, o sector já estava preocupado com as possíveis repercussões negativas do Brexit e estava determinado em tornar a indústria mais sustentável em termos ambientais, apostando, por exemplo, na reutilização e na reciclagem. 

Segundo Caroline Rush, a Semana da Moda de Londres é também uma “oportunidade para se mostrar mais aberta, mais diversa, para também fazer a sua voz ser ser ouvida em assuntos como o racismo”, numa referência à onda de indignação desencadeada pela morte do afro-americano George Floyd por um polícia nos EUA, entretanto acusado de homicídio simples.