Profissionais de creches e jardins-de-infância vão ser testados para o novo coronavírus

Reuniões para definir regras para a reabertura das creches, a 18 de Maio, iniciam-se já no início da próxima semana. Nalgumas regiões do país, espaços já estão a ser desinfectados e os profissionais testados. Famílias poderão optar por continuar com os filhos em casa até 1 de Junho.

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No dia 18 de Maio as crianças poderão voltar a frequentar as creches ADRIANO MIRANDA

Com a abertura fixada para o dia 18 de Maio, as creches - particulares e do sector social – terão duas semanas para se prepararem para voltar a acolher crianças. O primeiro passo é garantir que todos os profissionais destes equipamentos são submetidos ao teste de despistagem do novo coronavírus. É uma operação que, segundo Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social (CNIS), que detém metade das cerca de 2300 creches existentes no país, já foi posta em marcha por várias autarquias. 

“A desinfecção dos espaços também já começou nalguns casos a ser feita. Creio que, nas próximas duas semanas, será possível fazer a formação dos trabalhadores para que tudo corra bem e para que as famílias que ainda mantêm alguma apreensão sintam a confiança de que precisam para voltarem a pôr os seus filhos nas creches”, acrescentou Lino Maia.

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSS) vai reunir, já no início da próxima semana, com os representantes destes equipamentos para definir um manual de boas práticas capazes de minimizar o risco de contágio nestes equipamentos.

Sublinhando que as crianças constituem o grupo de menor risco para a covid-19, o primeiro-ministro, António Costa, adiantou esta quinta-feira que deverão ser privilegiadas “actividades ao ar livre”, não só nas creches mas também nos ATL (actividades de tempos livres) e no pré-escolar, cuja abertura está programada para o dia 1 de Junho, bem como os equipamentos sociais na área da deficiência.

A partir do dia 18 de Maio, o recurso às creches será facultativo, isto é, os pais que optem por se manter em casa com as crianças até aos três anos de idade continuarão a poder beneficiar do apoio excepcional às famílias que lhes garante 66% do salário. “Apesar de permitirmos a reabertura das creches a partir do dia 18 de Maio, temos bem consciência de que é daquelas actividades que tem gerado movimento mais contraditórios: tanto recebo muitos apelos para que, com a máxima urgência procedamos à reabertura das creches, como recebo súplicas para que não o façamos, porque é um risco para as crianças. Precisamente por isso, consideramos útil haver um período de transição em que, entre os dias 18 de Maio e 1 de Junho, as creches estão abertas mas mantendo-se os apoios às famílias, para que estas possam experimentar e ganhar a confiança de que precisam para voltarem a colocar as suas crianças nas creches”, precisou António Costa, explicando que, de 1 a 26 de Junho, dia em que termina o ano lectivo, esse apoio será concedido apenas às famílias com crianças em idade de frequentar o ensino básico e cujas aulas presenciais não serão retomadas.

As crianças das creches e jardins-de-infância não serão obrigadas a usar máscara. Quanto aos profissionais, têm duas semanas para receber formação quanto às normas de higiene, protecção e segurança a adoptar no dia-a-dia. “São duas semanas importantes que nos permitirão esclarecer todas as dúvidas e tomar as medidas necessárias. Tanto quanto sabemos, a escassez do equipamento de protecção já foi ultrapassada, pelo que estão reunidas as condições para que tudo corra bem”, congratulou-se Susana Batista, presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP), lamentando, embora, que a abertura de ATLS e do pré-escolar não se faça na mesma data. “Haverá pais de crianças com três, quatro ou cinco anos que terão de esperar mais duas semanas neste confinamento, mas, enfim, compreendemos que o Governo opte por dar passos mais pequenos e mais seguros”, concluiu. 

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