Restauração é o sector com mais financiamento aprovado na área do turismo
Foram aprovadas 2031 operações de 1887 empresas ligadas ao turismo e restauração no âmbito da Linha de Crédito de Apoio à Actividade Económica - Covid-19, representando um financiamento de 295 milhões com 248 milhões de garantias do Estado.
O sector da restauração e similares é, entre as áreas ligadas ao turismo, o que tem mais pedidos de financiamento já aprovados ao abrigo das linhas de apoio de emergência criadas pelo Governo devido à crise provocada pela covid-19.
De acordo com os dados fornecidos ao PÚBLICO pelo Ministério da Economia, até à passada segunda-feira havia 1346 operações aprovadas, ligadas a 1268 empresas, para um financiamento de 136 milhões de euros e com garantias públicas de 115 milhões.
Sendo um negócio muito familiar e fragmentado, não é de espantar que, destas 1268 (responsáveis por perto de 29 mil postos e trabalho), 93% sejam micro e pequenas empresas. Tendo em conta os 600 milhões de euros disponíveis para este sector ao abrigo da Linha de Crédito de Apoio à Actividade Económica - Covid-19, verifica-se que já estão usadas 19% das verbas disponibilizadas pelo Estado.
Segue-se depois um outro vector apoiado por esta linha de crédito, classificado apenas de “apoio a empresas do turismo”, onde se incluem as de alojamento. É a que recebeu mais verbas, no valor de 900 milhões de euros, mas ainda só utilizou 10% das garantias disponíveis. Até ao dia 20 tinham sido aprovadas 377 operações de 345 empresas, implicando um financiamento de 107 milhões e garantias de 89 milhões.
Há, depois, o terceiro segmento do turismo apoiado de forma específica por esta linha de crédito, ligado às agências de viagens e empresas de animação turística. Estas tiveram até aqui 308 operações aprovadas, ligadas a 274 empresas e às quais foram concedidos financiamentos de 52 milhões com garantia de 44 milhões (22% do total disponibilizado).
Lisboa com mais candidaturas
De acordo com as informações do Ministério da Economia, ao todo foram aprovadas 2031 operações de 1887 empresas ligadas ao turismo e restauração, representando um financiamento de 295 milhões com 248 milhões de garantias, abrangendo “cerca de 46 mil postos de trabalho”. Em termos de regiões, Lisboa com 715 operações, e o Porto e Norte com 660, “são as duas principais a candidatarem-se a esta linha de apoio, com respectivamente 35% e 32% do total do turismo”, refere o ministério tutelado por Pedro Siza Vieira. As garantias já utilizadas pelo turismo representam 53% da verba aplicada no terreno por este mecanismo de apoio.
Entretanto, e desde o final da semana passada, esta linha foi reforçada de 3000 para 6200 milhões e aberta a todos os sectores, quando até então incluía apenas o turismo e algumas áreas industriais, como o têxtil e o calçado. Isso provocou um enorme aumento de pedidos de financiamento, fazendo disparar os valores: ao todo, diz o Governo, candidataram-se a esta linha 21.648 operações com pedidos de financiamento de 4,83 mil milhões de euros e garantias no montante de 4,05 mil milhões, “das quais foram aprovadas até ao momento 2924 operações de 2663 empresas, responsáveis por um financiamento de 558 milhões e uma garantia de 466 milhões”.
No caso do turismo, este conta ainda com uma linha dedicada de 60 milhões do Turismo de Portugal para empresários em nome individual e micro empresas. Até ao dia 16 havia 2031 candidaturas aprovadas, no valor de 16 milhões, e, destes, foram entregues 7,5 milhões junto de 968 entidades.
Depois, há ainda que contar com uma outra linha geral de combate aos efeitos da covid-19, de 400 milhões de euros e ligada ao Capitalizar, que já se esgotou. Neste caso, esclarece a Economia, foram enquadradas 77 candidaturas da área do turismo (incluindo restauração), com um pedido de financiamento de 22,4 milhões.