Uma equipa de investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) vai implementar uma ferramenta de diagnóstico que, baseada numa técnica “altamente sensível”, permite a detecção do novo coronavírus em 45 minutos.

“Quanto mais rápido for o diagnóstico do novo coronavírus, mais rápida é a resposta e o acompanhamento dos doentes, por forma a impedirmos a sua transmissão”, afirmou esta sexta-feira, em declarações à Lusa, Luísa Pereira, investigadora do IPATIMUP.

Segundo Luísa Pereira, a ferramenta de diagnóstico, que estava a ser trabalhada no IPATIMUP no âmbito do vírus que causa a febre de dengue, vai ser “readaptada” à covid-19. “Vamos readaptá-la a este vírus em particular e depois testar a sua eficácia”, afirmou a investigadora, acrescentando que a ferramenta se baseia numa técnica “altamente sensível”.

“O método baseia-se no uso de enzimas especiais que tornam o processo muito mais rápido e permite também que seja muito mais sensível, actuando a partir de quantidades mínimas de amostra e se o vírus estiver pouco concentrado, ainda assim, consegue detectá-lo”, explicou. “Actualmente, depois da extracção do ARN viral, a preparação e o processamento na máquina, [o processo que] demora cerca de três horas, com este método passa a 45 minutos.”

Além de ser mais rápida, a ferramenta também é “mais barata”, sendo que o preço estimado por amostra é de um euro. Luísa Pereira adiantou que a técnica já está a ser usada por alguns grupos de investigação chineses e norte-americanos.

O projecto, desenvolvido no âmbito de uma linha de financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Research 4 Covid-19, envolve também o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto e conta com um financiamento de 30 mil euros.