Há 15 mil imigrantes no Algarve à espera de legalização

Eduardo Cabrita visitou comunidade imigrante e deixou um aviso. “Não vão aos serviços do SEF”, perder tempo nas filas de espera. “O SEF vai contactá-los directamente”, prometeu.

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LUSA/LUÍS FORRA

A região algarvia tem cerca de 15 mil imigrantes a aguardar pela sua regularização, revelou esta quarta-feira o ministro da Administração Interna, durante uma visita à comunidade de migrantes indostânica, na zona de Olhão e Tavira. “Não vão aos serviços do SEF [localizados em Faro, Albufeira ou Portimão]. O SEF vai contactá-los directamente para que possam regularizar a situação”, afirmou o governante, saudando a presença dos trabalhadores agrícolas, estrangeiros, que se dedicam à apanha de framboesas e mirtilos. “Bom dia a todos. Namastê”, e não foi preciso juntar as mãos frente ao peito - como manda a tradição da cultura hindu - para que a mensagem fosse imediatamente compreendida

Eduardo Cabrita repetiu nesta zona agrícola da Fazenda Nova os conselhos preventivos contra a Covid-19, à semelhança do que fez, nas estâncias turísticas de Armação de Pêra e Quarteira, na semana passada. O conteúdo das acções de sensibilização e esclarecimento é o mesmo, os destinatários são diferentes. Uns trabalham na terra, outros nos serviços de retaguarda, em restaurantes e hotéis. “A vossa presença em Portugal, na agricultura, no turismo, como noutras actividades económicas, é bem-vinda, e é muito importante para todos nós”, enfatizou. Dois interpretes traduziram a mensagem, e os olhares brilharam, por cima das máscaras.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, sublinhou os elogios a quem trabalha na terra em condições difíceis: “Este é um serviço cívico, continuar a alimentar os portugueses e as portuguesas.” A seguir, apelou ao aumento da produção interna de bens alimentares, sem esquecer as regras que estão a ser impostas para que não dispare o número de pessoas contaminadas. Os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus, no Algarve, recorde-se, foram detectados numa comunidade de migrantes do sector agrícola, em Faro. A empresa agrícola hoje visitada, com 140 trabalhadores, pertence ao grupo Hubel, para o qual trabalha mais de meio milhar de estrangeiros. “Criamos condições para quem está em layoff possa ir trabalhar para sectores com carência de mão-de-obra, nomeadamente na agricultura”, adiantou Maria do Céu Albuquerque, sugerindo que os trabalhadores indiferenciados do turismo, que estão em casa sem ocupação, possam, também, ir apanhar frutas e legumes.

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