Vendas de cerveja da Heineken sofrem com confinamento

Grupo internacional regista quebra de 14% nas vendas de cerveja em Março e assume que os resultados ainda podem ser piores no segundo trimestre.

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Reuters/Paulo Whitaker

O fecho quase generalizado um pouco por todo o globo de bares e restaurantes penalizou as contas do segundo maior produtor de cerveja mundial durante o passado mês de Março, mas o pior pode ainda estar para vir.

O grupo Heineken – que detém, para além da cerveja com o mesmo nome, outras grandes marcas como a Tiger, Sol ou a Sagres em Portugal – anunciou esta quarta-feira que as suas vendas de cerveja registaram, durante o mês de Março, uma descida de 14%. No total do primeiro trimestre, a redução das vendas de cerveja foi de 2,1%, registando-se também uma diminuição no consumo das outras bebidas comercializadas pelo grupo.

A empresa assinala que na maior parte dos países onde está presente, e em particular no mercado europeu, o aumento das vendas no retalho ficou longe de compensar o quase desaparecimento do consumo nos bares e nos restaurantes, fechados na sequência das medidas de confinamento aplicadas pelos governos para controlar a pandemia do novo coronavírus.

Em declarações ao canal televisivo CNBC, Jean-François Van Boxmeer, o CEO do grupo de origem holandesa afirmou que se está “perante território desconhecido do lado da procura”, assumindo que, no que diz respeito às vendas, o pior ainda pode estar para vir.

De facto, com as medidas de confinamento ainda em vigor e com a expectativa de uma alteração mais permanente dos hábitos de consumo mesmo depois de restaurantes e bares voltarem a abrir, a Heineken está à espera de uma redução das vendas também no decorrer do segundo trimestre do ano.

Esta quebra das vendas afectou, naturalmente, os resultados líquidos do grupo. Durante o primeiro trimestre do ano, os lucros caíram 68% para 94 milhões de euros, o que, conjugado com a grande incerteza que ainda existe relativamente ao futuro, levou à decisão de eliminar os bónus atribuídos aos gestores e os dividendos intermédios habitualmente entregues aos accionistas a seguir à apresentação dos resultados do primeiro semestre.

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