Coronavírus
O amor nos tempos de coronavírus
Se o amor sobreviveu nos tempos da cólera, durante guerras e destruição massiva, quando muros dividiam a Europa e o mundo parecia suspenso em tensão, também sobrevive ao coronavírus. O amor sobrevive e fortalece-se porque o que não nos mata torna-nos mais fortes. Pelo mundo fora, casais vivem angustiados a imaginar os piores cenários possíveis. As famílias que podem estar juntas aconchegam-se e enfrentam o medo e o vírus (talvez sejam um e outro a mesma coisa, afinal) unidos.
No entanto, há muitas famílias separadas, impossibilitadas sequer de se tocarem por uma ameaça invisível, mas bem real. É que a saudade não mata, mas a covid-19 sim. Os poucos que decidem acreditar na sorte e que o sentimento os protege arriscam-se pelas ruas com máscaras no rosto e determinação no olhar. Alguns já celebram o levantamento do grau de emergência. Outros continuam separados por cercas ou cordões sanitários.
Numa altura em que quase já 39 mil pessoas morreram e cerca de 800 mil estão infectadas, ainda há algum espaço para momentos de felicidade. Em Israel, o Ein Hemed Forest Wedding Venue oferece casamentos simples e praticamente à porta fechada para jovens casais cujos sonhos foram interrompidos pela pandemia. Roni Ben-Ari e Yonatan Meushar são um destes casais, que um dia poderão contar aos netos que o seu amor é tão forte que conseguiram casar a meio de uma das maiores crises de que há memória. A noiva admitiu à Reuters que a cerimónia foi completamente diferente do que tinham imaginado, mas, ainda assim, “perfeita”.