Defesa de Julian Assange pede libertação por recear que seja infectado pelo coronavírus

A Amnistia Internacional pediu esta terça-feira às autoridades britânicas que o pedido da defesa do fundador do WikiLeaks seja aceite. Sabe-se que o australiano sofre de problemas de saúde.

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O fundador do WikLeaks pode ser extraditado para os Estados Unidos PETER RAE/LUSA

A defesa de Julian Assange vai pedir que o fundador da WikiLeaks seja libertado sob fiança por receio de ficar infectado por coronavírus na prisão de segurança máxima que está detido no Reino Unido. A Amnistia Internacional pediu esta terça-feira às autoridades britânicas que acedam ao pedido. 

“À luz da crise de covid-19, as autoridades britânicas devem considerar urgentemente libertar algumas pessoas que estão em detenção ou na prisão, em especial aqueles que correm maiores riscos de contrair o vírus. A alegação de Julian Assange estar vulnerável ao covid-19 deve ser rigorosamente examinada”, disse em comunicado o vice-diretor para a Europa da Amnistia Internacional, Massimo Moratti. “Devem ser imediatamente consideradas alternativas à detenção para aqueles com problemas de saúde e idosos, caso não representem uma ameaça para si ou para a sociedade, e deve haver presunção de libertação para as pessoas acusadas de um crime e que aguardam julgamento”. 

A organização de direitos humanos argumenta que a “redução da população prisional e o número de pessoas detidas é uma medida crucial para se atrasar a propagação” do coronavírus. A Associação de Directores Prisionais britânica calcula que no pior cenário podem ser infectados até 65 mil presos, quando a população prisional no Reino Unido perfaz 83 mil pessoas. 

O australiano está detido na prisão de máxima segurança de Belmarsh, sudeste de Londres, onde estão 800 prisioneiros. 

Sabe-se que Assange sofre de problemas de saúde e a defesa argumentou que a sua extradição para os Estados Unidos fosse recusada pelos tribunais britânicos por haver o sério risco de se poder suicidar, dado que a possível sentença a que estará sujeito nos Estados Unidos poderá ser superior a 170 anos de prisão. O estado físico e mental do fundador da WikiLeaks tem sido motivo de preocupação por deputados australianos, que o visitaram, e dezenas de médicos que escreveram uma carta aberta em Novembro

Assange fundou a WikiLeaks e foi responsável pela divulgação de documentos diplomáticos do Departamento de Estado americano e vídeos de bombardeamentos no Iraque e Afeganistão que custaram a vida a vários civis. Foi um duro embaraço para Washington e a maior fuga de informação de sempre.

Em 2012, o fundador da WikiLeaks, acusado de violação na Suécia, pediu asilo na embaixada do Equador em Londres e por lá ficou até Abril do ano passado, quando foi retirado do edifício por polícias britânicos com o acordo das autoridades equatorianas. Foi detido e condenado a 50 semanas de prisão por violar o regime de liberdade condicional ao procurar refúgio na embaixada. Está desde essa altura a aguardar pelo julgamento sobre a sua extradição para os Estados Unidos. 

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