Portas fechadas, cortinas descidas: o vazio enche as lojas de um Porto em isolamento

Paulo Pimenta
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Nas lojas ou na rua, o cenário é o mesmo. Para lá das vitrines, das portas fechadas ou das cortinas corridas: o vazio. O mesmo vazio que enche as ruas que nos habituámos a ver repletas. De pessoas, de sons, de cheiros. Por todo o Porto, desde a Rua de Santa Catarina até à Rua de Cedofeita, as grades foram descidas, as cadeiras foram arrumadas e as roupas dobradas — assim mandou o decreto do estado de emergência, anunciado esta quarta-feira, 18 de Março. As medidas tomadas para combater o surto de coronavírus tiraram as pessoas da rua e fecharam-nas em casa. Ficaram os manequins, como que de sentinela, à espera de serem remexidos outra vez no meio do frenesim de mais um dia normal na cidade. De vez em quando, passa alguém. Debaixo do guarda-chuva, num dia cinzento e deserto, quase faz esquecer que a Primavera chegou. Que não nos esqueçamos. 

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