Pelas ruas desertas de uma Nova Iorque em estado de emergência

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Ao longo das últimas semanas temos assistido à redução de pessoas nas ruas de cidades pelo mundo fora. Chegam-nos fotografias de metrópoles absolutamente desertas, como se de um filme de ficção pós-apocalíptica se tratasse. Agora, o isolamento necessário ao combate contra a covid-19 chegou à Big Apple. Segundo a Reuters, até às 14h foram registados 3.807 casos de coronavírus nos Estados Unidos, mais 118 do que ontem. O país já conta com 69 mortes, mas também com 73 recuperados. O estado de Nova Iorque está a ser o mais afectado, com 950 casos e cinco mortes.

Quase dois meses depois do primeiro caso de covid-19 registado nos Estados Unidos, o Presidente Trump declarou, na última sexta-feira, o estado de emergência nacional. A medida vinha a ser amplamente exigida, sendo a resposta de Donald Trump à crise cada vez mais criticada pela comunidade internacional, por especialistas em saúde pública e por políticos, tanto democratas como republicanos. À confirmação de 3807 casos teme-se que se junte muitos mais; as falhas do sistema de testes à população são das principais críticas num país que testou até agora tantas pessoas como as testadas diariamente na Coreia do Sul.

O coronavírus já se propagou por todos os estados — a Virgínia Ocidental permanece o último sem casos confirmados. No entanto, o governador Jim Justice já afirmou que é impossível o vírus ainda não ter chegado ao estado – só ainda não foi detectado. Na quarta-feira, a Administração Trump suspendeu a entrada de viajantes europeus no país por 30 dias (medida a entrar em vigor a partir de sexta). Desta forma, os americanos ainda longe de casa correram para os aeroportos e embarcaram nos últimos voos disponíveis. Isto, juntamente com as medidas de monitorização impostas à chegada, provocou o caos nos aeroportos americanos, temendo-se que a medida tenha ajudado a propagação do covid-19 mais do que a combateu.

O jornal alemão Welt am Sonntag avançou este domingo que Donald Trump terá, também, tentado garantir para o país o direito exclusivo sobre uma potencial vacina contra o vírus. A empresa alemã CureVac está a desenvolver tecnologias novas e terão sido oferecidos pela Administração Trump elevados incentivos económicos. A Reuters noticiou que a vacina experimental poderá estar pronta em Junho ou Julho, podendo a partir de então ser testada em seres humanos mediante autorização. Esta segunda-feira, a BBC noticia que o primeiro teste de uma vacina contra o coronavírus vai ser realizado em Seattle. O grupo de 45 pessoas voluntariou-se para receber as duas doses (com 28 dias de intervalo) desta injecção desenvolvida pela Moderna Therapeutics.

Este domingo, a Casa Branca anunciou que o teste feito ao Presidente deu negativo. Desde Dezembro a covid-19 já infectou 174.119 pessoas e provocou 6.684 mortes em todo o mundo, segundo um balanço avançado pela Reuters esta segunda-feira. Fora da China, os países com números mais elevados são a Itália, o Irão e a Espanha, que subiu recentemente para o quarto lugar. Portugal registou, há poucas horas, a primeira morte num total de 331 infectados.

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