Coronavírus
Porto fechou-se em casa na luta contra o coronavírus
É uma cidade quase deserta, unida atrás das fachadas no combate ao coronavírus. Apesar de a quarentena não ser, pelo menos para já, obrigatória, muitos portuenses voluntariaram-se para a cumprir, seguindo apelos do Governo, das autoridades de saúde e da Câmara do Porto.
O sábado havia amanhecido ainda com algum movimento, mas depois de Rui Moreira ter decretado o encerramento das esplanadas, durante a tarde, o Porto acalmou. E anoiteceu quase vazio. Durante este domingo, os carros da Polícia Municipal circularam pelas ruas com uma mensagem em painéis luminosos, também escrita em inglês, francês e espanhol, para os poucos turistas que timidamente ainda vão circulando: “Fique em casa” e “Nós não podemos, mas você pode”. No site da autarquia e espalhado nas redes sociais, um vídeo mostrava a cidade do nevoeiro cerrado e povo enérgico e apelava ao sentimento: “Para voltarmos a ser este Porto, por ti, por nós, agora fica em casa.”
Na sexta-feira, Rui Moreira fechou “tudo o que podia fechar”. Encerraram 30 parque públicos murados e parques infantis, mercados e feiras, serviços municipais (que passaram a atender à distância). Os parquímetros foram desactivados, os autocarros da STCP passaram a ser gratuitos (e a entrada faz-se agora pela porta traseira). Usaram-se 2,5 quilómetros de fita de “área interdita” e a vigilância através do Centro de Gestão Integrada manteve-se activa. “A resposta do Porto em tempos de guerra para desarmar o inimigo coronavírus passa muito também por esta demonstração de sentido cívico”, escreveu a autarquia, num elogio aos cidadãos pelo seu comportamento. MCP