Coronavírus

É tempo de explicar o WhatsApp aos avós: as dicas de quem vai ficar mais por casa

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Pagar a renda de uma casa (em Lisboa) onde só vai dormir — e às vezes nem isso — está no topo da lista de "coisas que mais custam" ao autor das sugestões nesta fotogaleria. No início do ano, o designer gráfico freelancer foi forçado a passar mais tempo entre a cama e o sofá. Não por causa do estado de alerta declarado para conter uma pandemia, mas por causa de uma operação a uma rotura do tendão de Aquiles. "Esses dois meses em casa deram para tanta coisa", comenta Miguel Alves, 28 anos, quase que ainda espantado. Aprendeu a gostar de ler. Pôs as séries de que toda a gente andava a falar em dia. Tirou os headphones. Ganhou "muita paciência". 

Quando decidiu resguardar-se mais para as próximas semanas, desta vez de forma voluntária, já estava preparado. E começou a partilhar (e a receber) algumas ideias do que se pode fazer no intervalo do trabalho, em casa: "Faz da varanda ou da marquise a tua praia"; "Põe a conversa em dia com os teus familiares e amigos"; "Mostra ao teu filho clássicos da Disney (o genuíno, em VHS)"; "Faz amor em dia de semana e à hora que te apetece". "Não há futebol ao vivo, mas há Playstation" e, no fim do jogo, "não há bares, mas podes ser tu a fazer o teu cocktail". "Tal como não podemos ir à discoteca, mas podemos dançar em casa. Nus", ri-se, ao telefone com o P3.

Em menos de dois dias, a conta de Instagram @staythefuckhome_  reuniu mais de 20 mil seguidores. Muitos deles já lhe disseram que estavam também a considerar ficar mais por casa nas próximas semanas, principalmente nos tempos livres, já que o trabalho remoto não é uma realidade a contemplar em todas profissões. O designer português criou a conta no depois de ver o site do movimento internacional com o mesmo nome — entretanto traduzido para português  — criado a 9 de Março por Florian Reifschneider, um engenheiro de software de 29 anos que tem uma empresa em Frankfurt, na Alemanha (onde, desde há duas semanas, todos trabalham em casa). 

"Não queria estar a massacrar as pessoas com mais informação", explica. As dicas para combater a ansiedade e "aproveitar o nosso espaço para fazer aquilo que nos queixamos diariamente de não ter tempo para fazer" pareceram-lhe um caminho. Embora não nas condições ideais, reconhece, este regresso a casa "pode servir para voltar a perceber que a vida é caótica", sugere Miguel, agora mais a sério. "Está na altura de aproveitar mais a família, a casa, o animal de estimação." E de ensinar os avós a comunicarem por WhatsApp, por exemplo. 

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