Carlos Gordo desafia António Mendonça Mendes na liderança da federação do PS de Setúbal
O candidato é membro da comissão nacional do PS e foi eleito na lista do Movimento Resgatar a Democracia, liderado por Daniel Adrião.
Carlos Gordo, membro da comissão nacional do PS, para a qual foi eleito pelo Movimento Resgatar a Democracia, liderado por Daniel Adrião, é candidato à presidencial da comissão política da Federação Distrital de Setúbal. As eleições para a liderança das federações distritais socialistas realizam-se a 13 e 14 de Março e os respectivos congressos a 4 e 5 de Abril. Nestas votações serão também eleitos os delegados ao XXIII Congresso do PS, que se realiza a 30 e 31 de Maio. Já a eleição do secretário-geral e da presidente das Mulheres Socialistas realiza-se a 15 e 16 de Maio.
Esta candidatura surgiu em cima do fim do prazo de apresentação de listas, sexta-feira, e desafia o actual líder distrital e secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes. Que preside aquela federação há quatro anos.
Em declarações ao PÚBLICO, Carlos Gordo começou por explicar que lidera a lista por “imposição do colectivo” que o apoia, os quais consideraram que “era a melhor pessoa” e por isso é “a primeira pessoa que subscreve uma candidatura colectiva”. E afirma: “Aceitei pelos valores que sempre defendi desde o tempo da Capela do Rato e tendo tido acção cívica permanente sem nunca querer ribaltas. Aceitei sem expectativa nem triunfalismo.”
Segundo o próprio Carlos Gordo, empresário em Alcácer do Sal, a sua atitude crítica à liderança distrital de António Mendonça Mendes baseia-se “em três ordens de razões: moral, política e territorial”.
Do ponto de vista moral sublinha que o faz em “lealdade para com o actual presidente da federação a quem sempre disse” que “discordava radicalmente que um membro do Governo desempenhe funções partidárias.
Politicamente candidata-se porque foi escolhido e representa um “colectivo”. Já no domínio territorial sublinha que “é a primeira vez que aparece alguém do sul do distrito como primeiro subscritor de uma candidatura” à comissão política federativa.
Há ainda uma razão que é avançada por Carlos Gordo para esta decisão: “Foi ter sentido que havia medo, foi esse o clique que me fez aceitar.” Esclarecendo que não se refere a “medo imposto pela nomenclatura do distrital ou nacional do partido”, mas considera que há no PS uma “cultura de medo” e “de insegurança”, em que “muitos se sentem ostracizados, em que muitos têm medo de serem preteridos em promoções, de que os familiares não arranjem emprego”.