Conselheiro de Trump condenado a três anos e quatro meses de prisão
Roger Stone, conselheiro de longa data do Presidente norte-americano, foi condenado por ter mentido ao Congresso, obstrução de Justiça e intimidação de testemunha.
O conselheiro da campanha eleitoral de Donald Trump em 2016, Roger Stone, foi condenado esta quinta-feira a quatro anos e três meses de prisão. Em Novembro passado, foi dado como provado que Roger Stone tinha mentido ao Congresso sob juramento, obstruído as investigações sobre a suspeita de interferência da Rússia nas eleições de 2016 e de ter intimidado testemunhas.
O amigo do Presidente norte-americano há mais de quatro décadas foi o sexto responsável com ligações à campanha de Donald Trump a ser condenado num processo criminal em sequência das investigações sobre a interferência da Rússia nas presidenciais dos EUA em 2016.
Ainda antes de ser conhecida a sentença, Donald Trump deu a indicação através de um tweet de que lhe poderá conceder um perdão presidencial. Roger Stone mantém firme a narrativa de que o caso e condenação são politicamente motivados.
A magistrada que decidiu a condenação, Amy Berman Jackson, considerou que o conselheiro de Trump teve uma conduta “intolerável” e “ameaçadora” em tribunal. “A verdade ainda existe, ainda importa. A insistência de Roger Stone de que não é assim, a sua beligerância, o seu orgulho nas próprias mentiras são uma ameaça para as nossas instituições fundamentais, as bases da nossa democracia. Se passar impune, não será uma vitória para qualquer dos partidos, todos perdem”, afirmou a magistrada, citada pelo The Washinton Post.
Roger Stone não esboçou qualquer reacção enquanto a sentença era proferida, recusando comentar a decisão quando questionado pelos jornalistas presentes no tribunal: “Não tenho nada a dizer, obrigado.”
Este caso originou divisões no seio Departamento de Justiça norte-americano: na passada semana, procuradores responsáveis por este caso afastaram-se, depois de ser conhecido que o órgão federal iria atribuir um tempo de prisão menor do que o proposto pelos procuradores, que pediam uma pena entre sete e nove anos. “Horrível e injusta” foi a resposta dada por Trump no Twitter a esta moldura penal proposta.
O tribunal deu como provado que Roger Stone cometeu cinco falsidades sob juramento perante o Congresso: o aliado de Trump terá mentido sobre a existência de mensagens e emails, conversas com membros da campanha de Trump e diálogos com um alegado “intermediário” da WikiLeaks.