Eleito por unanimidade líder da bancada do CDS, Telmo Correia admite alianças com todos à direita
Cecília Meireles pediu para deixar a liderança da bancada. Telmo Correia assume funções pela terceira vez, mas admite que agora a exigência é maior. PSD é visto como o aliado natural.
É um novo regresso a uma função que já assumiu por duas vezes: o deputado Telmo Correia foi eleito nesta terça-feira à tarde, por unanimidade, presidente da bancada parlamentar do CDS-PP, depois de Cecília Meireles ter anunciado que queria deixar o cargo.
Aos jornalistas, Telmo Correia admitiu que tais funções são, “neste momento e nesta circunstância, provavelmente mais difíceis do que noutras circunstâncias pela dimensão do grupo parlamentar, pelas tarefas e pela concorrência em termos parlamentares”. Questionado sobre se haverá uma mudança de estratégia agora que o CDS-PP tem também uma nova direcção e um novo líder eleitos no congresso de há menos de um mês, o deputado afirmou que a lógica de funcionamento da bancada será articulada com tempo com a direcção do partido e com a estratégia global do CDS-PP. “A única coisa que digo é que o caminho se faz caminhando”, apontou Telmo Correia.
Concordando que as “em certas circunstâncias as alianças são, de certa forma, naturais” com os sociais-democratas, o novo líder parlamentar centrista lembrou que o PSD é um partido com o qual o CDS “tem uma história em comum”, como as vezes em que, “em circunstâncias muito difíceis” os dois partidos tiveram que “resgatar” o país de situações financeiras difíceis. “É um aliado natural no hemiciclo”, disse, embora “as conjugações se façam consoante a matéria que está em casa”.
“Há partidos que se podem aproximar de nós em várias matérias mas votarão de forma completamente diferente de nós, por exemplo, na eutanásia. Esta é uma questão fundamental e estrutural na nossa sociedade, que convoca o CDS porque é um debate de princípios e de valores.”
Questionado sobre como se irá articular com o PSD ou o Chega e se haverá iniciativas em comum, Telmo Correia disse que “o Parlamento tem regras próprias, não há projectos em comum” e que o CDS “fará o seu caminho, o seu percurso e vai afirmar a sua vontade, as suas ideias e as suas convicções”.
“O CDS tem uma história parlamentar como um partido muito firme, convicto, sólido nas suas convicções mas também muito capaz de dialogar e faremos esse diálogo no quadro parlamentar, nas conferências de líderes, nas comissões e no plenário, com as nossas ideias.”